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    Lava Jato

    Eduardo Cunha determina demissão de servidor que soltou ratos em CPI

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    09/04/2015 12h18

    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou nesta quinta-feira (9) que sejam tomadas as providências necessárias para a exoneração do servidor da Casa que soltou uma caixa com cinco ratos provocando um tumulto no plenário da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.

    O funcionário foi identificado como Márcio Martins de Oliveira e está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR). Ele é servidor comissionado, contratado por indicação política, ocupando a função de assistente de gabinete desde 9 de março e recebe salário mensal de R$ 2.300.

    A assessoria do deputado Giacobo informou que ele não tinha conhecimento do fato e que não pode responder pelo atos de funcionários, e confirmou a exoneração.

    Antes de ocupar este cargo, Oliveira foi secretário parlamentar do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), entre 12 de abril de 2014 e 8 de março de 2015. Ele já prestou depoimento no departamento de Polícia Legislativa. Acompanhado por seguranças, não falou com jornalistas.

    A soltura dos ratos foi organizada por parlamentares de oposição para marcar a entrada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para seu depoimento à CPI. Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, o servidor abriu uma caixa e soltou cinco ratos no plenário, irritando petistas.

    O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), pediu que os envolvidos sejam identificados. "Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari."

    O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio. "Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata", disse o petista.

    O tucano reagiu e eles bateram boca. "Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui".

    Os dois parlamentares trocaram gritos de "bandido é você".

    O deputado Ricardo Izar (PSD-SP) solicitou para ficar com os animais. Segundo ele, foram soltos na CPI: dois esquilos da mongólia, dois ratos cinzas e um hamster.

    'CIRCO'

    Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de "circo armado".

    "Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o Parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Há aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate."

    Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.

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