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    Adesão menor em protestos deixa Planalto aliviado

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    13/04/2015 02h00

    O governo Dilma recebeu com alívio, mas sem motivos para festejar, o resultado dos protestos deste domingo (12) no país, que tiveram uma adesão menor do que a registrada em 15 de março.

    Segundo o Datafolha, 100 mil pessoas foram à av. Paulista, em São Paulo, no domingo. Nos atos de 15 de março, o instituto contabilizou 210 mil pessoas no mesmo local.

    Os atos contra Dilma reuniram cerca de 543 mil em 24 capitais e no Distrito Federal, segundo a Polícia Militar.

    Na avaliação do Palácio do Planalto, o fato de as manifestações terem reunido menos gente nas ruas foi um "dado positivo" porque dá tempo ao governo para reagir à agenda negativa.

    Por outro lado, a pesquisa Datafolha que mostra crescente insatisfação com a economia, indica, segundo assessores, a necessidade de o governo sair da defensiva para não alimentar novas manifestações no Brasil.

    Reunida com os ministros mais próximos ao final do dia, Dilma deu à sua equipe a orientação de passar a mensagem de que o governo considera os protestos legítimos.

    "O governo encara com naturalidade as manifestações de hoje, são naturais num país democrático como o Brasil. Teve menos gente nas ruas hoje [domingo], mas são manifestações representativas e legítimas", disse o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social).

    Na mesma linha, o vice Michel Temer (PMDB-SP), novo articulador político do governo, disse que "menos gente nas ruas não significa que os eventos não foram importantes", acrescentando que o governo "tem de estar atento à mensagem que vem das ruas".

    Sobre o coro do "Fora Dilma" e sobre a pesquisa Datafolha, que apontou que a maioria dos entrevistados apoia a abertura de processo de impeachment contra Dilma, Edinho afirmou que elas expressam um desejo da população por mudanças nos rumos da política. "Existe um descontentamento geral com a política e isto acaba se voltando contra a figura central da República."

    Ao contrário do dia 15 de março, quando os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) deram entrevista, o governo decidiu não fazer nenhum pronunciamento oficial para evitar a repercussão negativa da entrevista anterior, quando a população reagiu às falas dos dois ministros com um panelaço.

    Pela manhã, Cardozo e Rossetto estiveram reunidos para repassar à presidente o monitoramento sobre as manifestações. A avaliação foi que os protestos de ontem não só reuniram menos gente, como foram mais rápidos.

    Sobre o resultado da pesquisa Datafolha, a equipe presidencial avaliou que não dava para melhorar e se recuperar em tão curto espaços e tempo. Mas que o governo precisa "disputar a opinião pública" com a oposição e os movimentos de rua.

    A avaliação é que o Planalto perdeu a batalha da comunicação e o primeiro passo será explicar à população a necessidade do ajuste fiscal.

    Editoria de Arte/Folhapress
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