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    Renan cria impasse para nomeação de correligionário ao Turismo

    ANDRÉIA SADI
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    14/04/2015 02h00

    Incomodado com a saída anunciada de seu indicado no Ministério do Turismo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criou um impasse para o Palácio do Planalto na nomeação de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para o posto.

    A confirmação de Alves no cargo, promessa feita pela própria presidente, é esperada para esta semana.

    Nesta segunda-feira (13), peemedebistas davam como certa a confirmação de Alves no posto, mas Calheiros informou ao governo que não avalizará o destino de Vinicius Lages, seu afilhado e a quem Alves substituirá no Turismo.

    Calheiros e Dilma estiveram juntos nesta segunda-feira. Segundo a Folha apurou, Michel Temer, nomeado como novo articulador político do Planalto, tentou nos últimos dias construir opções para Lages "melhores que o ministério". Foi colocado na mesa, por exemplo, a opção de ele ir para presidência de órgãos como Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) ou diretoria de bancos.

    Aliados de Calheiros, no entanto, afirmam que o presidente do Senado não quer que atribuam a ele qualquer nova indicação para postos no governo. Afinal, ele assumiu o discurso de que a presidente precisa cortar pela metade seus ministérios.

    Para integrantes do governo, no entanto, o recado do peemedebista é outro: ele não quer perder a zona de influência no ministério. Peemedebistas enxergam na movimentação de Calheiros uma estratégia para que Dilma fique "devedora" do senador.

    A resistência de Calheiros criou uma saia justa para a presidente, que se comprometeu a nomear Alves após o ex-presidente da Câmara não figurar na lista de autoridades envolvidas na Operação Lava Jato, apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

    Segundo auxiliares de Dilma, a presidente terá de decidir qual cacique desagradará: Calheiros ou Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.

    Alves é amigo e aliado de Cunha e sua nomeação é vista dentro do governo como um afago ao presidente da Câmara em um momento em que o deputado e o governo estão em confronto.

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