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    Novo ministro do Turismo defende 'reaproximação' entre PT e PMDB

    FLÁVIA FOREQUE
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    16/04/2015 16h22

    Pedro Ladeira/Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff e o novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves
    A presidente Dilma Rousseff e o novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves

    O novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) minimizou a ausência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em sua solenidade de posse, realizada nesta quinta-feira (16), e defendeu uma"reaproximação" entre sua legenda e o PT.

    Calheiros é padrinho político de Vinicius Lages, que deixou a pasta para Alves assumir a função, e se irritou com a mudança. O novo ministro, por sua vez, tem apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por sucessivas derrotas do Planalto na Casa.

    "O presidente Eduardo Cunha também não pôde estar aqui e não tem nenhuma sinalização nesse sentido [de reprovação a escolha de seu nome]", afirmou. Em entrevista após assumir o ministério, Alves disse que Calheiros é um "grande companheiro" e disse não ter "nenhum problema" com o presidente do Senado.

    Autor de proposta que limita o número de ministérios, Cunha preferiu evitar comparecer a evento ao lado de Dilma, segundo a Folha apurou.

    "O Renan, pela sua experiência, pela sua responsabilidade, estará conosco nessa tarefa de aproximar, para o bem do Brasil, o Congresso Nacional e os demais poderes da República." O novo ministro do Turismo defendeu ainda um "entendimento cada vez melhor" e a "reaproximação" entre governo e partidos da base aliada.

    "É uma questão de maturidade e de responsabilidade com o destino do Brasil, independente daqueles que cometeram erros, que terão na Justiça sua punição natural", afirmou, ao ser questionado sobre a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

    Após ser empossado, Henrique Alves participou de solenidade de transferência do cargo, no Ministério do Turismo. Eduardo Cunha, um dos defensores da indicação, compareceu a esse evento, mas não discursou.

    Em sua fala, Alves agradeceu a Cunha o "apoio incisivo" para sua indicação.

    ELOGIOS

    Na posse, a presidente Dilma Rousseff teceu elogios ao antecessor no cargo e lembrou que o novo titular da pasta foi um "parceiro de tantas horas no Congresso Nacional". Alves foi presidente da Câmara dos Deputados.

    "Sua presença [de Alves] no governo reforça nossa capacidade administrativa e a ação política na área do turismo" afirmou Dilma.

    Com o discurso em defesa da redução de ministérios na Esplanada, Calheiros decidiu abrigar o afilhado em sua chefia de gabinete, na presidência da Casa. A nomeação de Vinícius Lages foi publicada nesta quinta no Boletim Administrativo do Senado.

    O afilhado político de Renan vai ocupar cargo em comissão (sem concurso público). Lages vai receber salário de R$ 22,2 mil mensais (bruto), valor inferior à sua remuneração no Ministério do Turismo (R$ 30,9 mil brutos).

    Henrique Eduardo Alves teve a vaga na Esplanada garantida após não figurar na lista que a Procuradoria-Geral da República enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) no mês passado para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato.

    TROCA-TROCA

    Diante das rusgas internas no PMDB, Dilma também fez afago a Lages. "Em seus 13 meses no cargo, levou o turismo brasileiro a galgar novos patamares de qualidade. Vinícius Lages chegou trazendo um grande conhecimento técnico sobre a indústria do turismo e com seu trabalho intenso se incorporou perfeitamente ao nosso time", disse.

    A presidente destacou o desafio com a proximidade dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016 e o aumento de viagens de brasileiros em território nacional.

    Esta é a sexta mudança feita pela presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Em pouco menos de quatro meses, houve trocas na Secretaria de Assuntos Estratégicos, Educação, Comunicação Social, Relações Institucionais e Direitos Humanos.

    Ao destacar a relevância da indústria do turismo, Dilma afirmou que, neste momento, o setor ganha relevância. "Estamos realizando os ajustes na economia, ajustes para crescer, e a indústria do turismo pode assumir papel ainda mais relevante na retomada e aceleração do desse crescimento", afirmou num rápido discurso, de cerca de 15 minutos.

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