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    Aécio 'não tem moral' para pedir impeachment de Dilma, diz ministro

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    16/04/2015 21h19

    Em reação à indicação das siglas de oposição de que poderão pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho afirmou nesta quinta-feira (16) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) "não tem moral nenhuma" para pedir o afastamento da petista.

    "Ele (Aécio Neves) não tem moral nenhuma para falar isso. Ele tem de aceitar a derrota que sofreu", criticou.

    Nesta quinta-feira (16), o senador tucano afirmou que a sigla irá fazer o pedido de impedimento da presidente caso se comprove a participação dela nas chamadas "pedaladas fiscais".

    Na avaliação de Gilberto Carvalho, ao defender a saída da presidente, o PSDB tenta de "maneira oportunista" correr atrás do apoio dos movimentos de rua que defendem o impeachment da presidente.

    "Isso é demagogia. É tentar fazer uma sintonia com as ruas que eles não tiveram e agora, de maneira oportunista, tentam ter. Ele devia pensar no que fez em Minas Gerais e a maneira como deixou o governo para o Fernando Pimentel. Um desgoverno absurdo", disse.

    O ex-ministro petista comparou a crise enfrentada atualmente pelo PT com a da época do mensalão. Ele ressaltou que, diferente de 2005, quando o país iniciava uma retomada para o crescimento, o Brasil agora enfrenta problemas econômicos.

    Para ele, o partido conseguirá superar a fase atual e se "purificar", aprendendo com os seus próprios erros.

    "O PT não pode enxergar que seu projeto está limitado apenas a um governo. O nosso projeto é de longo prazo. Nós vamos passar por essa fase, vamos nos purificar. Nós vamos aprender com os erros que cometemos e também com os nossos muitos acertos. E seguir tocando a vida", disse.

    AUTOCRÍTICA

    Em discurso à militância petista, o ex-ministro reconheceu que o governo federal poderia ter realizado uma reforma política entre 2007 e 2008, quando o Palácio do Planalto tinha maioria na Câmara dos Deputados.

    "Não é com moralismo que nós vamos mudar essa questão e muito menos com a individualização de um problema que é coletivo. Por que nós, em um momento privilegiado na correlação de forças, não encaramos a reforma política? Por que não trabalhamos de maneira diferenciada a questão da ética dentro do partido?", questionou.

    Na avaliação dele, a resposta para a pergunta é de que, à frente do governo federal, o partido acabou "tragado coletivamente por um conjunto de valores dominantes".

    O petista participou na noite desta quinta-feira (16) de debate organizado pela Fundação Perseu Abramo, na capital paulista. O evento é uma discussão prévia para o 5º Congresso do PT, que será realizado em junho.

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