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    Lava Jato

    Em documento, Rui Falcão acusa judiciário de cometer aberrações

    CATIA SEABRA
    MARINA DIAS
    DE SÃO PAULO

    17/04/2015 17h48

    O presidente nacional do PT, Rui Falcão, apresentou ao Diretório Nacional do partido nesta sexta-feira (17) documento obtido pela Folha em que afirma que a sigla é, desde o mensalão, alvo de "aberrações e violência jurídica". O texto segue avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que é preciso pressionar o Judiciário para evitar que a Operação Lava Jato reproduza o desfecho do processo do mensalão.

    Segundo o texto, a AP 470 "foi utilizada para desgastar a imagem do PT e tentar criminalizá-lo". Ainda de acordo com o documento, o julgamento do mensalão foi marcado pela "inédita pressão da mídia sobre os membros do STF e a prevalência de aberrações jurídicas."

    Na opinião do presidente do PT, a condução das investigações da Lava Jato leva a um "Estado de exceção dentro do Estado de Direito".

    "As abitrariedades cometidas, supostamente em nome do combate à corrupção, constituem uma ameaça não ao PT, mas à consciência jurídica da nação. Estamos assistindo ao nascimento de um Estado de exceção dentro de um Estado de Direito e contra isso o PT lutará ao lado das forças democráticas e da sociedade", diz o texto.

    O documento traz ainda uma autocrítica e propõe que o partido não receba doações de empresas privadas pelo menos até o congresso do PT, marcado para junho, na Bahia, como informou a Folha.

    "Não tendo conseguido mudar o sistema político acabamos por nos adaptar a ele, passando a reproduzir os comportamentos dos partidos tradicionais que tanto criticamos".

    A ideia de Falcão é aprovar no Congresso o fim do financiamento privado à legenda como resolução partidária.

    O texto, que foi aprovado como base para o documento que o Diretório Nacional do PT vai divulgar na noite desta sexta-feira (17), compara o momento político atual à campanha de desmoralização e intimidação vivida pelo presidente Getúlio Vargas às vésperas de seu suicídio em 1954, e também ao cenário que propiciou a ascensão do nazismo na Alemanha.

    "Tentam cobrir o PT com a lama de sua hipocrisia", escreveu Falcão sobre uma referência às "oligarquias dominantes", a quem chamou de "os donos do poder."

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