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    PT veta doações de empresas privadas a diretórios

    MARINA DIAS
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    17/04/2015 18h36

    A cúpula do PT anunciou nesta sexta (17) que os diretórios do partido não poderão mais receber doações de empresas e escolheu o ex-deputado Marcio Macedo (PT-SE) para substituir João Vaccari Neto na tesouraria petista.

    Ex-secretário de Finanças da sigla, Vaccari foi preso na quarta (15) pela Polícia Federal por suspeita de distribuir propina para o PT no esquema de corrupção da Petrobras.

    O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que a resolução vale imediatamente, mas será referendada no congresso do partido, em junho. A tendência é que candidatos petistas sejam liberados para receber doações em eleições, mas os diretórios não.

    Falcão disse que a legenda "estimulará contribuições de pessoas físicas" com um programa que, via e-mail e mensagem de celular, convidará simpatizantes e filiados petistas a doar entre R$ 15 e R$ 1 mil por mês ao partido.

    Todos os filiados com mandato no Executivo e no Legislativo fazem contribuições mensais obrigatórias à sigla.

    A cúpula petista reconhece que as doações empresariais ao PT e outros partidos diminuíram consideravelmente após o início da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras e o repasse de propina a políticos e funcionários públicos.

    "O fato de a gente deixar de receber doação empresarial não significa que todas as contribuições empresariais que recebemos até agora tenham qualquer tipo de mácula", afirmou Rui Falcão.

    O documento divulgado pelo Diretório Nacional do PT, que traz a resolução sobre as doações, diz ainda que as investigações da Lava Jato são fruto de "uma escalada das forças conservadoras" que tem "propósito indisfarçável de derrotar a administração de Dilma Rousseff, revogar conquistas históricas do povo brasileiro e destruir o PT."

    NOVO TESOUREIRO

    A reunião que escolheu o novo tesoureiro petista foi tensa. Após três favoritos de Falcão rechaçarem o convite, Francisco Rocha da Silva, dirigente da ala majoritária do partido, indicou o nome de João Batista (PT-PA) para o cargo. Tinha o apoio de Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

    Falcão, porém, não aceitou a indicação e, diante da insistência, chegou a dizer que deixaria a presidência do PT caso Batista fosse aprovado. O presidente queria alguém de sua confiança e aceitou Macedo, sugestão do deputado José Guimarães (PT-CE).

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