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    Segundo CGU, material de Taylor não tinha indicação de 'ato ilícito'

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    20/04/2015 02h00

    A CGU (Controladoria-Geral da União) informou que não usou o material do ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor para embasar sua sindicância porque havia indícios de que foram obtidos de maneira "ilícita".

    "O órgão se prontificou a ouvir o ex-funcionário, mas com a devida cautela na análise dos documentos e provas a serem fornecidos por ele, uma vez que havia indícios de que o material poderia ter sido obtido por meios ilícitos, o que poderia contaminar o processo de investigação da CGU", afirmou.

    Segundo a SBM Offshore, Taylor teve acesso aos documentos no ano de 2012, quando, então funcionário da companhia, fez parte de uma auditoria interna da empresa sobre o caso.

    A CGU afirmou que o material de Taylor não continha elementos indicando "ato ilícito" cometido por funcionários da SBM ou da Petrobras.

    "Inclusive, durante o depoimento, Taylor afirmou que nunca viu essas transferências de recursos da empresa holandesa a agentes públicos da estatal", disse a CGU.

    A controladoria-geral não menciona em sua nota pública o nome do lobista brasileiro Julio Faerman, apontado como intermediário da SBM e "figura chave" no esquema de propina com a Petrobras e personagem dos documentos e relatos de Taylor.

    A CGU ressaltou que não comentaria as declarações sobre Julio Faerman, uma vez que o depoimento do ex-diretor "não faz parte do processo de investigação".

    A CGU divulgou o áudio do depoimento. Questionado pela Folha sobre a possibilidade de liberação de todas as gravações da sindicância, o órgão do governo federal respondeu que não seria possível e que o material do delator foi divulgado porque "não faz parte" da avaliação documental.

    Leandro Colon/Folhapress
    Jonathan Taylor, ex-funcionário da SBM Offshore e apontado como principal delator do esquema da Petrobras
    Jonathan Taylor, ex-funcionário da SBM Offshore

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