Presa na Operação Lava Jato, a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, presta depoimento na tarde desta segunda-feira (20) à Polícia Federal, e vai negar as suspeitas de que estava no Panamá para destruir provas ou movimentar patrimônio.

Sua defesa afirma que ela participava de um congresso no país latino-americano quando foi decretada sua prisão temporária, no dia 15. Ela só se entregou à polícia dois dias depois –o que levantou a hipótese, entre os investigadores, de que Marice estivesse ocultando provas ou transferindo dinheiro no exterior.

	Junior Pinheiro - 17.abr.15/Folhapress
	Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT, chega à sede da Polícia Federal em Curitiba

Nesta segunda (20), seu advogado, Claudio Pimentel, detalhou que Marice estava no Fórum Sindical das Américas, como funcionária da CSA (Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas).

O evento ocorreu no dia 9 de abril, mas Marice viajou antes, no dia 5. Ela ocupa o cargo de coordenadora financeira da CSA, segundo a entidade sindical, que também confirma a participação da investigada no congresso.

Encerrado o fórum, a cunhada de Vaccari permaneceu no Panamá, de férias –concedidas a partir do dia 13.

"Ela vai esclarecer tudo, não há problema quanto a isso", afirmou Pimentel, antes de entrar na Polícia Federal para acompanhar o depoimento.

A cunhada de Vaccari é suspeita de ser uma emissária do ex-tesoureiro e de ter participação nos desvios da Petrobras. A movimentação financeira dela foi considerada incompatível com sua renda, e há registro de uma entrega de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef a Marice.

O advogado sustenta que o patrimônio de sua cliente teve origem lícita, e que todos os seus bens estão declarados no Imposto de Renda.