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    Lava Jato

    Em depoimento à PF, cunhada de Vaccari nega crime

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    20/04/2015 18h47

    Presa na Operação Lava Jato, a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (20) à Polícia Federal, e negou qualquer tipo de participação no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.

    A cunhada de Vaccari, presa desde sexta (17), é suspeita de ser uma emissária do ex-tesoureiro e de ter participação nos desvios da Petrobras. A movimentação financeira dela foi considerada incompatível com sua renda, e há registro de uma entrega de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef a Marice.

    Em duas horas de depoimento, Marice sustentou que seu patrimônio teve origem lícita, e afirmou que todos os seus bens estão declarados no Imposto de Renda, segundo o advogado Claudio Pimentel.

    Junior Pinheiro - 17.abr.2015/Folhapress
    Marice Corrêa de Lima, cunhada de João Vaccari Neto
    Marice Corrêa de Lima, cunhada de João Vaccari Neto

    Ela também negou ter recebido valores de Youssef. "Não é verdade, não aconteceu", disse Pimentel à imprensa, na saída do depoimento.

    A cunhada de Vaccari também justificou a demora de dois dias para que se apresentasse à PF a fim de cumprir a ordem de prisão –o que levantou a hipótese, entre os investigadores, de que ela estivesse ocultando provas ou transferindo dinheiro no exterior.

    Marice disse que estava no Panamá para participar do Fórum Sindical das Américas. Ela ocupa o cargo de coordenadora financeira da CSA (Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas). A entidade confirma sua participação no congresso.

    O evento ocorreu no dia 9 de abril, mas Marice viajou antes, no dia 5. Encerrado o fórum, ela permaneceu no Panamá, de férias –concedidas a partir do dia 13.

    O Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de Marice na noite desta segunda (20). Para o órgão, além do aumento de patrimônio da família, pesa contra a cunhada a realização de depósitos na conta da irmã e esposa de João Vaccari Neto, Giselda Lima.

    Os procuradores descobriram que Giselda recebeu R$ 322 mil em depósitos não identificados, entre 2008 e 2014. Marice fez pelo menos dois, já em 2015, de acordo com câmeras de vídeo de agências bancárias. "Tudo indica que Giselda recebe uma espécie de 'mesada' de fonte ilícita, paga pela investigada até março de 2015", diz o Ministério Público Federal.

    Nesta terça (21), o juiz Sergio Moro, que conduz o caso na Justiça Federal do Paraná, deve decidir se liberta Marice ou se converte sua prisão para preventiva (sem data para saída).

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