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    Gleisi nega ter recebido recursos de esquema na Petrobras

    DE BRASÍLIA

    26/04/2015 21h46

    Em depoimento à Polícia Federal, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) admitiu ter negociado doações para sua campanha em 2010 ao Congresso com cinco grandes empreiteiras investigadas no esquema de corrupção da Petrobras, mas sustentou que todas as contribuições foram legais e registradas na Justiça Eleitoral.

    A petista afirmou que a tarefa de arrecadação era encabeçada por ela própria com ajuda de assessores e negou que o ex-ministro Paulo Bernardo (Comunicações), seu marido, tivesse participação.

    A congressista disse que tratou de contribuições com Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. No caso da UTC, ela disse que "fez [o pedido] diretamente ao diretor-presidente Ricardo Pessoa", apontado por outros delatores do esquema como líder do cartel.

    Alan Marques/Folhapress
    Senadora Gleise hoffmann faz discurso em defesa ao projeto do governo federal que cria os conselhos populares
    Gleise Hoffmann discursa em defesa do projeto do governo que cria conselhos populares

    Segundo a petista, após os contatos, Ronaldo Baltazar, tesoureiro de campanha, "se ocupava de operacionalizar o envio do dinheiro e apresentação do correspondente recibo".

    As doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o Ministério Público Federal, foram uma forma de pagamento da propina que empresas deviam ao PT para manter contratos com a Petrobras.

    INVESTIGAÇÕES

    Alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), a senadora é investigada por, supostamente, ter recebido R$ 1 milhão numa negociação envolvendo o ex-ministro Paulo Bernardo. A transação teria tido participação do doleiro Alberto Yousseff e do empresário Ernesto Klugler.

    Paulo Bernardo também prestou esclarecimentos à PF e negou que tenha tratado de recursos para campanha. O casal confirmou ser próximo do empresário Klugler, mas negam que tenham recebido recursos de Youssef ou do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    Confrontados com uma anotação encontrada numa agenda de Paulo Roberto ("1,0 PB"), que o ex-diretor da Petrobras associou a uma contribuição feita à campanha de Gleisi, a senadora e seu marido disseram desconhecer sua motivação.

    A senadora disse que não tinha conhecimento do contexto do registro e que tinha a dizer que "há diversas contradições nos relatos apresentados tanto por Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa. O ex-ministro afirmou que não pediu "nenhum valor a ele e que na campanha não ingressaram esses valores".

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