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    Com greve de professores no PR, Richa convoca PM para cercar Assembleia

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    27/04/2015 12h03

    Estelita Hass Carazzai/Folhapress
    Policiais militares cercam prédio da Assembleia Legislativa do Paraná
    Policiais militares cercam prédio da Assembleia Legislativa do Paraná

    Os professores estaduais do Paraná iniciaram mais uma greve geral nesta segunda-feira (27) em protesto contra a proposta de mudança na previdência estadual –que começa a ser votada nesta semana na Assembleia. Com o risco de nova invasão, o governo de Beto Richa (PSDB) convocou centenas de policiais para proteger o prédio.

    É a segunda paralisação da categoria neste ano. Em fevereiro, os professores invadiram o prédio em protesto contra o ajuste fiscal proposto por Richa, que incluía alterações na previdência.

    Com a invasão, o governo foi obrigado a recuar e retirar a proposta de votação, reapresentada agora. Na ocasião, 10 mil pessoas protestaram contra os deputados, que foram obrigados a entrar na Assembleia em um ônibus do choque, sob proteção policial e debaixo de vaias.

    Nesta segunda, para pressionar os deputados a não aprovarem o projeto, milhares de educadores se reuniram no centro de Curitiba e marcharam para a assembleia.

    A decisão de Richa tem como base uma ordem judicial, conseguida pela presidência da Assembleia na sexta (24), que impede os servidores de invadirem a Assembleia, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia.

    Por isso, o Legislativo foi isolado. Cercas foram colocadas em frente ao prédio para impedir a entrada de manifestantes. Linhas de ônibus foram desviadas do local.

    Por volta das 14h, houve uma pequena discussão entre um grupo de manifestantes e policiais militares que colocavam grades em torno do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. O local fica em frente à Assembleia. Não houve confronto, porém.

    Em crise financeira, o governo reapresentou uma nova alteração para a previdência –uma das principais despesas do Estado.

    PREVIDÊNCIA

    A gestão quer deixar de pagar parte dos aposentados com o caixa próprio, e repassá-los ao fundo previdenciário, criado na década de 1990 com contribuições dos servidores e do governo, que hoje é superavitário. A economia seria de R$ 1,7 bilhão ao ano.

    Os professores protestam. Dizem que a medida vai acabar com a sustentabilidade da previdência estadual, que deixará de ser superavitária em alguns anos, e fere os direitos dos servidores. Nos carros de som, a categoria acusa Richa de ser "autoritário".

    A gestão Richa anunciou que pretende descontar as faltas dos professores e declarou ser "lamentável" a decisão da categoria de entrar em greve, já que "todos os itens acordados no início do ano estão sendo cumpridos". O governo entrou na Justiça para pedir que a greve seja considerada abusiva.

    Nesta segunda-feira, o projeto começa a ser votado em plenário, em primeira discussão. A votação final está prevista para quarta (29). O governo Richa tem maioria na Assembleia.

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