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    Batalhão de Fronteira policia votação desta quarta sobre previdência do PR

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    29/04/2015 02h00

    Estelita Hass Carazzai - 28.abr.2015/Folhapress
    Veículo do Batalhão de Fronteira do PR, que atua a quase 600 km de Curitiba, no cerco à Assembleia
    Veículo do Batalhão de Fronteira do PR, que atua a quase 600 km de Curitiba, no cerco à Assembleia

    Para garantir a votação de um projeto que irá aliviar o caixa do Estado, o governo do Paraná destacou centenas de policiais do interior para proteger a Assembleia Legislativa, em Curitiba, e evitar sua invasão por manifestantes.

    A Folha encontrou, entre os policiais que cercam o prédio desde segunda (27), militares de Maringá (norte do Estado), Umuarama (noroeste) e até de Marechal Cândido Rondon, no extremo oeste do Paraná, a 585 km de Curitiba.

    Carros do Batalhão de Fronteira, que atua na divisa com o Paraguai, também foram flagrados pela reportagem nesta terça (28).

    "Não tenha dúvida de que vai ter batalhão desguarnecido no interior", afirma o presidente da Apra (Associação dos Praças do Paraná), Orélio Fontana. "A maioria veio de cidade pequena, onde o efetivo é de quatro, seis policiais. E aí aperta a escala para todo mundo."

    Os deputados do Paraná começaram a votar, nesta semana, um projeto que pretende alterar a previdência estadual, aliviando o caixa do governo em R$ 1,7 bilhão ao ano. Em protesto, professores e outras categorias, como agentes penitenciários e servidores da saúde, entraram em greve e têm organizado manifestações em frente à Assembleia desde segunda (27).

    A direção da Casa conseguiu uma ordem judicial que proíbe a invasão do plenário, como já ocorreu em fevereiro. A PM diz que está agindo para cumprir a decisão.

    NÚMEROS

    No total, cerca de 1.200 policiais foram destacados para cercar a Assembleia, segundo a Apra –o governo não confirma. Há 22 mil militares na corporação.

    Do efetivo total, cerca de 900 vieram do interior, calcula a Apra. O governo não comenta –só diz que não há regiões desguarnecidas.

    Em Curitiba, grades formam um perímetro de segurança, e isolam a frente e os fundos da Assembleia. Centenas de policiais ficam permanentemente entre as grades e o prédio. Os edifícios do Tribunal de Justiça e do governo estadual, que estão ao lado do Legislativo, também foram cercados.

    "Estão vindo aqui para atacar trabalhador", protesta o professor Ronaldo Nascimento, 54, que leciona na UEL (Universidade Estadual de Londrina). No final da manhã de terça (28), PMs entraram em confronto com os professores. Bombas de gás e sprays de pimenta foram disparados contra os manifestantes, que tentavam levar um carro de som à frente da Assembleia.

    DIÁRIAS

    Os policiais que vieram do interior ainda se queixam de que estão sem receber as diárias, devidas a quem sai de sua base para trabalhar. São R$ 230 por dia.

    A Secretaria da Segurança Pública informou que as diárias atrasaram devido ao trâmite burocrático, mas seriam liberadas no final desta terça (28). Os recursos foram autorizados na segunda, e os cartões corporativos, carregados no dia seguinte.

    O projeto que altera a previdência será votado, em segunda discussão, nesta quarta-feira (29). Os servidores em greve prometem uma grande mobilização em frente à Assembleia para pressionar os deputados a não aprovarem a proposta.

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