O executivo Ricardo Pessoa, da UTC, "desabou em choro" ao saber que seria solto após quase seis meses preso por suspeita de irregularidades na Operação Lava Jato. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (29) por seu advogado, Alberto Toron.

"Ele ficou muito feliz, sem palavras", disse Toron. Seu cliente e mais oito executivos e funcionários investigados na Operação Lava Jato foram soltos na manhã de quarta. Pessoa e Gerson de Mello Almada, da Engevix, deixaram a carceragem da PF em Curitiba no fim da manhã desta quarta-feira (29).

Às 12h30, Pessoa já havia deixado a Justiça Federal, de carro, rumo a São Paulo. Almada saiu logo depois, também num automóvel, sem falar com a imprensa.

Os outros sete presos –José Aldemário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus de Sá Oliveira, da OAS; Sérgio Cunha Mendes, da Mendes Júnior; João Ricardo Auler, da Camargo Corrêa; e Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia–, que estão no Complexo Médico Penal, foram liberados também nesta manhã.

Todos ficarão em prisão domiciliar, por decisão do Supremo Tribunal Federal, e foram à Justiça Federal do Paraná para instalar tornozeleiras eletrônicas que monitorarão seus movimentos

Toron, cujo pedido de habeas corpus foi o primeiro a ser julgado favoravelmente pelo STF, foi cumprimentado pelos colegas ao chegar na sala de audiências da Justiça, onde acontecia o interrogatório de Alberto Youssef, pela manhã.

Para Toron, a decisão foi "uma expressiva vitória" da defesa, e resgata "a defesa dos direitos fundamentais dos acusados".

Ainda não está definido, segundo o advogado, se Pessoa prosseguirá ou não as tratativas para fazer uma delação premiada. "Há decisões que são personalíssimas, não pertencem ao advogado", afirmou.