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    Professores do PR decidem continuar greve após assembleia em estádio

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA
    LUCAS LARANJEIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CURITIBA

    05/05/2015 16h48

    Geraldo Bubniak/AGB
    Em assembleia realizada em estádio de Curitiba, professores do Paraná decidem manter greve
    Professores do Paraná votam em assembleia realizada em estádio por manter a greve da categoria

    Em assembleia realizada na tarde desta terça (5), os professores estaduais do Paraná decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado.

    A categoria está paralisada há oito dias, e foi a principal mobilizadora dos protestos contra o governo de Beto Richa (PSDB), em que uma ação policial deixou quase 200 feridos na última quarta-feira (29).

    Eles protestavam contra uma proposta do governo que modifica a previdência dos servidores públicos estaduais. O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa na última quarta.

    Agora, o motivo principal da greve é em relação à data-base da categoria, que venceu em maio.

    Em reunião na manhã desta terça (5), a Secretaria de Educação, segundo o sindicato, propôs pagar a correção pela inflação em duas parcelas (cerca de 8,4%), ou 5% em cota única ou também em duas parcelas.

    "Nós rejeitamos as propostas", afirmou o secretário de comunicação da APP Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues. "Queremos que o governo cumpra a lei e pague a correção da inflação em parcela única."

    Cerca de 8.000 professores, segundo o sindicato, compareceram à assembleia, realizada no estádio Durival de Britto e Silva, em Curitiba.

    "A greve continua" e "Fora Beto Richa", gritavam os professores nas arquibancadas.

    O governador e o secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, foram vaiados ao serem mencionados em discurso do presidente do sindicato, Hermes Leão.

    Representantes de movimentos sociais e sindicatos de outros Estados do país também acompanhavam a assembleia.

    O governo do Paraná, em nota, lamentou a continuidade da greve e disse que irá pedir à Justiça, que já declarou ilegal a paralisação, para aumentar a multa pelos dias parados. Também promete descontar as faltas da folha de pagamento.

    "Todos os itens acordados em março com a categoria estão sendo cumpridos pelo governo", diz o documento. "A nova paralisação vai comprometer de forma grave o cronograma de estudos de cerca de um milhão de estudantes."

    Uma nova reunião entre os professores e o governo, para debater o reajuste salarial, está marcada para a próxima terça (12).

    O sindicato dos professores também pretende tentar anular a sessão que aprovou a mudança na previdência e pedir a sua inconstitucionalidade.

    "Vamos continuar uma luta intensa contra esse projeto", afirmou o presidente da APP, Hermes Leão. Líderes do sindicato irão a Brasília nesta quarta (6) e prometem levar informações ao Ministério da Previdência e à Procuradoria-Geral da República sobre a proposta, que, para eles, contraria o necessário equilíbrio atuarial e financeiro da previdência.

    Os sindicalistas também querem visitar a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, para fazer relatos sobre a operação policial da última quarta (29), qualificada por eles como "um massacre".

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