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    Fala de Lula contra terceirização não afeta votação de ajuste, diz ministro

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    06/05/2015 11h17

    O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta quarta-feira (6) que a fala do ex-presidente Lula no programa de TV do PT "não atrapalha" a votação das medidas do ajuste fiscal prevista para esta semana. De acordo com o ministro, "misturar Lula, Dilma e PT no cotidiano é um erro".

    Na peça que foi ao ar nesta terça-feira (5), Lula afirmou que a proposta para regulamentar a terceirização, aprovada em março pela Câmara, seria um retrocesso para o trabalhador brasileiro.

    A declaração, somado à falta de consenso da bancada do PT quanto ao ajuste fiscal, fez com que o PMDB ameaçasse não votar a favor das medidas do ajuste, temendo assim aparecer como responsável por ações impopulares, enquanto o PT ficaria como defensor dos trabalhadores.

    O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), disse que seu partido não votará as medidas do ajuste sem compreender melhor a posição do PT sobre o texto.

    "Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada do direito dos trabalhadores", disse o peemedebista.

    Questionado sobre a polêmica durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, nesta quarta, Edinho disse que Lula "tem total autonomia para fazer seus posicionamentos".

    "Não acredito que o posicionamento do ex-presidente tenha impacto na aprovação das medidas do ajuste", disse o ministro.

    Diante dos seguidos embates entre os partidos da base aliada ao governo, Edinho disse que a presidente Dilma Rousseff acredita que as contradições criadas no Legislativo "serão superadas com o diálogo."

    "Se essas questões [sobre o ajuste e a terceirização] são contraditórias para o PT, também são contraditórias para o PMDB. Não tenho dúvidas de que as questões de interesse nacional vão prevalecer", disse o ministro.

    PEC DA BENGALA

    Ainda segundo Edinho, a aprovação da PEC da Bengala pela Câmara na noite de terça-feira (5) "não foi uma derrota do governo".

    A nova regra, que altera de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria de ministros de tribunais superiores, tira da presidente Dilma a certeza da indicação dos próximos cinco ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

    "A presidente indica quando tem vaga, é um poder constitucional. Dilma já indicou cinco ministros para o STF, mais do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo", disse Edinho.

    COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS

    Defensor da estratégia de intensificar a comunicação da presidente nas redes sociais, Edinho negou que ter cancelado o pronunciamento de 1º de Maio em rede nacional tenha sido para "blindar" Dilma.

    "O local que ela [Dilma] mais se expõe é nas redes sociais. As redes não têm filtro, não têm mediação. Quando você se posiciona, não tem como voltar atrás."

    Ainda sobre a polêmica da não aparição de Dilma no programa de TV do PT, o ministro declarou que esta foi uma "decisão conjunta" entre partido e governo, e que o desenho do filme "priorizava questões e temas que não dizem respeito à presidente".

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