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    Lava Jato

    Ministro do STF autoriza diligência na Câmara para investigar Cunha

    DE BRASÍLIA

    06/05/2015 11h26

    O ministro Teori Zavaski, relator do processo da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou uma diligência na Câmara dos Deputados que envolve o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    A diligência, solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot –e cuja autorização é para que seja feita nesta semana– está relacionada ao inquérito em que o deputado é alvo no STF.

    O alvo foi o departamento de informática da Câmara dos Deputados, segundo a Folha apurou. A PGR solicitou registros do sistema de informática da Casa relacionados a Cunha. Além de servidores da PGR, também participaram da diligência dois peritos de informática do órgão.

    Eles estiveram na Câmara entre o fim da tarde de segunda-feira (4) e início da madrugada de terça (5). O resultado da diligência foi encaminhado ainda na terça ao Supremo.

    O pedido é sigiloso e tramita separadamente do inquérito que investiga Cunha. Procurado, o STF confirmou que deferiu diligências sigilosas a pedido da PGR, mas afirmou que não poderia dar detalhes sobre o que se tratou.

    Não houve apreensão de computadores nem de HDs. A diligência também não atingiu gabinetes de parlamentares. A Folha apurou que o ministro Teori teve preocupação em fazer uma ação cuidadosa, sem ser considerado invasivo.

    REQUERIMENTOS

    Como a Folha revelou na semana passada, Cunha aparece como autor de dois requerimentos sob suspeita no esquema de corrupção da Petrobras.

    Ambos os documentos elaborados por Cunha pediam informações ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério de Minas e Energia sobre contratos da estatal com a empresa Mitsui.

    De acordo com o doleiro Alberto Youssef, os requerimentos tinham como objetivo intimidar a empresa e forçá-la a retomar o pagamento de propina.

    Na semana passada, Cunha levantou a hipótese de que registros internos da Câmara foram fraudados para implicá-lo na investigação da Operação Lava Jato.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou "despropositada" a versão do presidente da Câmara.

    Cunha reagiu, afirmando achar ''estranho'' que o procurador tenha ''opinião formada'' sobre o tema, que está sendo investigado pela polícia legislativa da Câmara. "Isso só prova o que venho falando: o Procurador-Geral da República escolheu a quem investigar e usa qualquer argumento para justificar'', disse o deputado.

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