• Poder

    Thursday, 02-May-2024 12:40:16 -03

    PSDB ganha tempo e adia pedido de impeachment contra Dilma

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    06/05/2015 14h51

    Com a divisão no PSDB sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) adiou para o final de maio a decisão sobre o pedido de investigações contra a presidente. Não há consenso dentro do PSDB, nem em outros partidos da oposição, sobre a apresentação do pedido de impeachment neste momento.

    Aécio adiou para a semana do dia 20 de maio a reunião com presidentes e líderes de partidos da oposição, marcada para esta quarta (6), em que o grupo prometeu tomar uma decisão formal sobre sobre o impeachment.

    Oficialmente, Aécio afirmou em nota que os novos documentos e informações levantados pela CPI da Petrobras da Câmara provocaram o adiamento da reunião –assim como o fato de o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ter apresentado sua defesa no Tribunal de Contas da União sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas.

    Aécio disse que, na semana que vem, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), vai se reunir com o jurista Miguel Reale Júnior para discutir o parecer jurídico que está sendo elaborado pelo ex-ministro da Justiça para dar base ao pedido de impeachment.

    O senador afirma que os "fatos novos" levantados pela CPI da Petrobras serão incluídos no parecer jurídico. Só depois do encontro de Sampaio com Reale Júnior é que o PSDB diz que vai realizar a reunião com a oposição.

    "Em razão disso, a reunião dos líderes e presidentes de partidos de oposição, prevista para esta quarta, foi adiada para a semana seguinte à da reunião do líder do PSDB com o professor Reale, para que o jurista tenha tempo para analisar os novos dados", diz Aécio na nota.

    Nos bastidores, porém, o PSDB recuou e deve propor ação penal contra Dilma Rousseff pelas pedaladas fiscais antes de enviar ao Congresso o pedido de impeachment. A informação foi revelada nesta quarta (6) pelo Painel da Folha. A ideia do partido é representar contra Dilma na Procuradoria-Geral da República na semana que vem.

    Amparados pelo parecer do jurista, os tucanos entendem que a eventual condenação da presidente por crime de responsabilidade abre caminho para impeachment, mesmo por atos praticados no primeiro mandato.

    Na semana passada, Aécio recebeu presidentes de partidos da oposição e deputados tucanos que pressionam o PSDB para pedir o impeachment de Dilma à Câmara. O presidente do partido conseguiu adiar a decisão por uma semana, transferindo para esta quarta a reunião com os presidentes das siglas oposicionistas.

    O novo recuo do tucano foi motivado pela divisão dentro do PSDB relacionada ao pedido de investigações contra Dilma. Senadores do partido afirmam não ser o momento de pedir impeachment contra a presidente por não haver elementos legais que fundamentem o seu afastamento do cargo.

    A bancada da Câmara dos Deputados, por outro lado, insiste na tese do impeachment e ameaça ingressar isoladamente com o pedido se não tiver apoio do PSDB.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024