O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) morreu na tarde deste domingo (10), na cidade de Joinville, aos 75 anos. O parlamentar chegou a ser internado no Hospital da Unimed, mas não resistiu.

O peemedebista estava em sua casa, em Joinville, quando passou mal. Segundo o hospital, a causa da morte, registrada às 15h15, foi um infarto.

Ainda não há informações sobre o local do velório. O governo de Santa Catarina e o Senado decretaram luto de três dias em razão da morte de Silveira.

O governador Raimundo Colombo (PSD) emitiu nota lamentando a morte do senador. "Ainda estou chocado. Um fato triste e lastimável para Santa Catarina. Luiz Henrique era um grande homem."

Formado em direito, Silveira iniciou a carreira política em 1971, pelo MDB, partido que deu origem ao PMDB após a democratização do país, em 1985.

Antes de ser senador, Silveira foi deputado estadual e federal, três vezes prefeito de Joinville (1977-82 e, em dois mandatos entre 1997 e 2004), duas vezes governador de Santa Catarina (2003-2010).

Desde 2011, exercia o cargo de senador. Seu primeiro suplente no Senado é o advogado Dalírio Beber (PSDB-SC).

Entre 1987 e 88, foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo José Sarney (1985-90) e chegou a ser presidente do diretório nacional do PMDB.

Ainda que seu partido fizesse parte da base do governo federal, o senador defendia publicamente a independência do Congresso Nacional ao Palácio do Planalto.

Com o apoio dos partidos de oposição, ele disputou no início deste ano a presidência do Senado Federal.

Ao ser vencido por 49 votos a 31 pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou a relação do adversário com o governo federal.

"O presidente do Congresso Nacional tem que ter uma relação altiva com o presidente da República. Agora, quando ele indica ministros, indica diretores para estatais, ele perde essa autoridade, ele perde essa altivez", disse em fevereiro.

Nascido em Blumenau (SC), Luiz Henrique da Silveira foi professor de português e história no Colégio Bom Jesus e de direito público e privado na atual Univille, ambas em Joinville.

Era casado com Ivete Marli Appel da Silveira e deixa dois filhos.

LAMENTO

Por meio de notas, políticos manifestaram pesar pela morte do senador catarinense.

"O ex-ministro, ex-governador e senador Luiz Henrique da Silveira é um exemplo de retidão e de compromisso com o país. Sua atuação e trabalho em prol da qualidade da gestão pública, da democracia, da ciência, tecnologia e inovação e da cultura fizeram dele uma referência política", disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), em nota divulgada neste domingo.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos principais entusiastas da candidatura de Luiz Henrique para a presidência do Senado e do Congresso Nacional nas eleições deste ano, também lamentou a morte do senador.

Segundo Cristovam, o Brasil "perde um de seus mais combativos democratas", que "não se omitiu nos momentos mais difíceis da luta pela democracia".

"Ele tinha uma preocupação especial com o desenvolvimento científico e tecnológico do nosso país. Sua morte deixa Santa Catarina sem um grande líder, deixa o Brasil sem um grande lutador pela democracia e por um desenvolvimento justo e eficiente", afirmou o político em texto distribuído neste domingo.

Também por meio de nota, Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, lamentou a morte de Luiz Henrique e destacou que o catarinense iniciou sua "vida política no histórico MDB".

Rebelo lembrou que "coube ao senador a tarefa de relatar nos anos de 1990 a Lei de Informática", e ressaltou a contribuição política que Luiz Henrique prestou ao Estado de Santa Catarina e ao país.

	Pedro Ladeira - 1º.fev.2015/Folhapress
	O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), durante cerimônia de posse dos novos senadores em fevereiro