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    PP e PDT ameaçam votar contra ajuste e Temer tenta conter dissidências

    MARINA DIAS
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    13/05/2015 12h32

    Horas antes de a segunda Medida Provisória do pacote do ajuste fiscal ser votada no plenário da Câmara, nesta quarta-feira (13), dois partidos da base aliada, PP e PDT, ameaçavam votar contra a MP 664, que restringe benefícios previdenciários.

    Preocupado com uma possível derrota do governo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) passou a manhã desta quarta reunido em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu, com ministros da área econômica e líderes da base para tentar conter as defecções, principalmente de PP, PR e PC do B.

    Completamente dissidente na votação da primeira medida do ajuste, que endurecia o acesso a benefícios trabalhistas, o PDT não mandou representante ao Jaburu, mas fez chegar a Temer que, mais uma vez, não deve apoiar o Planalto. Todos os 19 deputados pedetistas foram contrários à MP 665 na semana passada.

    O PP passou a ser a maior preocupação de Temer. Na votação da MP 665, 18 dos 39 deputados do partido foram contra a medida do governo.

    Nesta quarta, o líder do PP na Câmara, deputado Dudu da Fonte (PE), esticou ainda mais a corda. Ele discorda do pedido do governo de aprovar a MP 664 sem emendas, e vai discutir a proposta com a bancada pepista em reunião na tarde desta quarta.

    Interlocutores do Planalto afirmam que a questão das emendas não é central para o PP. Líderes reclamam que cargos de segundo e terceiro escalão do governo não foram ainda liberados para a legenda.

    O PC do B reclama da questão do fator previdenciário. O discurso do governo de que não irá discutir o fato na MP e que a presidente Dilma vai instaurar um fórum para que a discussão sobre o tema seja feito não convenceu.

    Apesar das negociações ainda em curso, Temer afirmou ao final da reunião no Jaburu que "a tendência é de aprovação" da MP 664 pela Câmara "com adesão maior da base".

    O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), por sua vez, disse que espera superar a margem de 25 votos pró-governo da votação da primeira medida, na semana passada. "A votação será bem melhor", disse.

    DEM

    Surpresa da votação da primeira medida provisória do pacote de Dilma, o oposicionista DEM promete reduzir à metade, nesta quarta, a dissidência pró-governo.

    Na semana passada, 8 dos 22 integrantes do partido apoiaram o ajuste fiscal de Dilma devido, principalmente, à influência do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que tem mantido boas relações com o governo federal.

    Em crise devido ao choque entre o discurso radicalmente de oposição e a dissidência de um terço dos deputados, a bancada se reuniu na noite de terça (12) e, segundo o líder do partido na Câmara, Mendonça Filho (PE), só quatro deputados continuarão a apoiar o pacote: Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente nacional da legenda, José Carlos Aleluia (BA), Cláudio Cajado (BA) e Marcelo Aguiar (SP).

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