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    Lava Jato

    Dissidência do PT inclui relator, ex-presidente da Câmara e ex-líder

    RANIER BRAGON
    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    13/05/2015 22h55

    Se a dissidência no PT durante a votação do mérito das medidas provisórias que restringem direitos trabalhistas e previdenciários se resumiu a deputados com pouca expressão política, a traição na votação que flexibilizou o fator previdenciário envolveu integrantes do primeiro time da bancada.

    Entre os nove deputados (de uma bancada de 63) que votaram contra os interesses do governo Dilma Rousseff estão o ex-presidente da Câmara Marco Maia (RS), o ex-líder da bancada Vicentinho (SP) e o relator da MP 664 –a que restringe direitos previdenciários–, Carlos Zarattini (SP).

    "O grande equívoco foi o relator ter votado a favor da emenda [que suavizou o fator]", lamentou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) já afirmaram que vão defender a manutenção da emenda no Senado.

    Apesar de ter aprovado na noite desta quarta-feira (13) o mérito da MP 664, o governo sofreu a derrota ao ver aprovada a emenda do PTB que cria uma opção mais suave ao fator, regra criada no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) para inibir a aposentadoria precoce. A emenda foi aprovada por 232 votos a 210.

    O PMDB também registrou uma traição mais expressiva do que nas votações anteriores relativas ao ajuste fiscal: 20 de seus 67 deputados votaram contra o Planalto.

    Durante toda a sessão desta quarta o governo apelou aos seus aliados para não apoiar a emenda do PTB sob o argumento de que Dilma criou um fórum para debater uma alternativa ao fator. Nem mesmo a promessa de que essa proposta viria à tona em 180 dias evitou a derrota.

    O PDT e o PC do B também votaram em peso contra Dilma. No PP, PSD e PTB as dissidências também foram expressivas.

    Isso levou um dos vice-líderes do governo, Silvio Costa (PSC-PE), a fazer uma cobrança pública aos aliados, no plenário. "Quem nomeia ou quem demite ministro é a presidente Dilma, mas ou se é governo ou se é oposição. Não existe essa posição hermafrodita", discursou em tom inflamado.

    Na oposição, o PSDB mais uma vez agiu de forma coesa contra Dilma. Apesar de o fator previdenciário ter sido criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, todos os 45 deputados da sigla que votaram apoiaram a emenda que flexibiliza a regra.

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