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    Lava Jato

    PT quer convocar Aécio e Agripino para depor na CPI da Petrobras

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    14/05/2015 16h19

    A liderança do PT na Câmara dos Deputados anunciou nesta quinta-feira (14) que vai apresentar requerimento na CPI da Petrobras para convocar a depoimento os senadores da oposição Aécio Neves (PSDB-MG), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Agripino Maia (DEM-RN).

    O documento contém os nomes de cinco membros do PT na CPI, mas a cópia distribuída pelo PT à imprensa contém subscrições de três: Valmir Prascidelli (PT-SP), Afonso Florence (PT-BA) e Jorge Solla (PT-BA).

    A CPI está reunida nesta quinta para avaliar requerimentos e tomar o depoimento do executivo Renato Sanches, da empresa Sete Brasil, mas até as 15h40 não havia recebido nem discutido o requerimento anunciado pelo PT no site da liderança do partido na internet.

    Segundo texto distribuído pela assessoria do partido, Aécio e Dias poderiam explicar o relato feito pelo delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que contou à força tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR), que R$ 10 milhões foram pagos por volta de 2010 ao então presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), morto em 2014, para que fossem barradas investigações da CPI da Petrobras daquele ano.

    "A oitiva do senador Aécio Neves é fundamental para que esta CPI possa elucidar os atos de corrupção que foram efetivamente praticados, os agentes corruptores, os beneficiários e o modus operandi utilizado, ao mesmo tempo em que possibilitará ao referido depoente defender a agremiação que preside de tais alegações", diz a representação assinada pelos petistas membros da comissão.

    Sobre o senador Agripino Maia, a liderança do PT faz referência a afirmações feitas por um empresário do Rio Grande do Norte, George Olímpio, que, segundo o PT, disse em investigação do Ministério Público ter repassado ao senador R$ 1 milhão "para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular, investigado pela Operação Sinal Fechado, do Ministério Público do Rio Grande do Norte".

    Na cópia do requerimento distribuído pelo PT à imprensa, porém, não há nenhuma explicação sobre o pedido de convocação de Agripino Maia na CPI.

    OUTRO LADO

    O senador Agripino Maia disse à Folha nesta quinta-feira (14) que a iniciativa do PT de pedir sua convocação é uma tentativa de "estabelecer um contraponto político às investigações que estão em curso".

    "É a CPI da Petrobras. Se tivesse algum fundamento, seria um completo desvirtuamento do objetivo da CPI. Como podem fazer convocação de uma pessoa que não tem nada a ver com o objetivo da investigação? Esse gesto do PT é completa apelação política e ilegal de uma matéria vencida em cima de objeto principal", disse o senador.

    Sobre as suspeitas que o PT citou, Maia disse que foram investigadas e arquivadas por ordem do então procurador-geral da República Roberto Gurgel.

    "Essa acusação feita e requentada já foi arquivada, o mesmo assunto, as mesmas provas, tudo isso que está sendo reaberto agora pelo PT, tudo isso já foi objetivo de arquivamento em 2012. Não há nenhum fato novo, o que é o mesmo fato, a mesma acusação", disse Agripino Maia.

    A assessoria de Álvaro Dias informou que, "assim que foi encerrada a CPI do ano passado, o senador entrou com 18 representações na PGR com todas as denúncias que a CPI não investigou por causa da blindagem governista".

    Procurada, a assessoria de Aécio não foi localizada até o fechamento deste texto.

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