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    Divisão na cúpula do PMDB ajudou governo

    ANDRÉIA SADI
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    20/05/2015 02h00

    Pedro Ladeira - 19.mai.2015/Folhapress
    Senadores governistas comemoram aprovação de Luiz Edson Fachin para o STF
    Senadores governistas comemoram aprovação de Luiz Edson Fachin para o STF

    A operação para aprovar a indicação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) foi possível graças a um racha na cúpula do PMDB do Senado, que costuma atuar em uníssono em questões polêmicas na Casa.

    Em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) trabalhou nos bastidores contra Fachin, mas não teve o apoio de seus colegas Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tradicionalmente votam alinhados em plenário.

    O presidente do Senado nega que tenha trabalhado contra a indicação de Fachin.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Até a véspera da votação, peemedebistas tentaram demover Renan. Derrubar a indicação de Fachin seria, segundo eles, comprar briga com o Judiciário e o Executivo num momento turbulento por causa da Operação Lava Jato.

    Renan é um dos políticos investigados por suspeita de participação no esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Jucá também é alvo de um inquérito sobre o caso.

    Alegando que o Senado deveria mostrar independência em relação ao governo federal, Renan não quis recuar. Juntou-se a ele na campanha contra Fachin o senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), também investigado na Lava Jato.

    Na segunda (18), o Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Collor. Apoiadores de Fachin temiam que o ex-presidente conseguisse votos para derrubá-lo contaminado pela decisão tomada pelo ministro Teori Zavascki.

    Jucá e Eunício, que podem disputar a cadeira de Renan no ano que vem, optaram por se descolar dele. Nas palavras de um congressista, não aceitariam o papel de "Renan boys" numa "guerra particular" do senador contra o Palácio do Planalto. Se ele tivesse saído vencedor, disseram, o resultado passaria a imagem de que Renan se tornara o "dono do Senado".

    Segundo relatos, foi dito a Renan que o governo pode ser derrotado em outras questões, como temas econômicos, mas a imagem do Senado seria prejudicada se o currículo de Fachin –que se saiu bem na sabatina no Senado– fosse desprezado apenas para Renan se "vingar" de Dilma.

    Jucá e Eunício pediram votos para Fachin entre congressistas da base aliada e também procurou integrantes de partidos da oposição, como o DEM, que virou seus votos para o jurista no final.

    Editoria de Arte/Folhapress

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