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    Lava Jato

    Após ameaça de prisão, operador de propinas informa endereço à CPI

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    20/05/2015 18h00

    O empresário Julio Faerman, acusado de intermediar o pagamento de propinas da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras, informou seu endereço à CPI da Petrobras no fim da tarde desta quarta-feira (20), após ter sido ameaçado de prisão pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB).

    Faerman enviou, por meio de advogados, um ofício à CPI informando que tem residência em Londres, mas que retornou ao Brasil em março deste ano para se defender e atender a intimações referentes a investigações contra ele, encontrando-se atualmente no Rio de Janeiro.

    Ele informou ainda que está "há vários dias" prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro sobre as propinas da SBM e que também está à disposição da CPI.

    O empresário foi um dos primeiros convocados pela CPI da Petrobras, em março, mas a comissão não conseguiu encontrá-lo para que comparecesse para prestar depoimento. "Aconteceu um milagre", ironizou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) após o recebimento do ofício.

    O pedido de prisão foi feito após o depoimento do ex-funcionário da SBM Offshore Jonathan Taylor à CPI, em uma cidade nos arredores de Londres. Os deputados decidiram ir ao Reino Unido após a entrevista que a Folha fez com o delator, na qual ele deu detalhes do caso.

    Nesta quarta, Hugo Motta informou que pediu à Polícia Federal que prendesse Faerman temporariamente para ser conduzido à CPI. Após o ofício de seus advogados, deputados informaram que ele não deveria ser preso, mas sim conduzido coercitivamente à comissão.

    Faerman foi apontado pelo ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, delator da Operação Lava Jato, como o responsável pelos pagamentos de propina por parte da SBM à Petrobras desde 1998.

    Como está sob investigação, porém, ele tem o direito de permanecer calado perante a CPI, para não produzir provas contra si mesmo. Ainda não há data marcada para seu depoimento, mas parlamentares pediram que ocorra na próxima semana.

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