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    Lava Jato

    Em depoimento à PF, Romero Jucá nega relação com Paulo Roberto Costa

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    20/05/2015 18h38

    O senador Romero Jucá (PMDB-RR) prestou depoimento nesta quarta-feira (20) à Polícia Federal e negou relacionamento com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Jucá é alvo de inquérito da Operação Lava Jato.

    Em sua delação premiada, Costa disse que o senador, ao lado de outros peemedebistas como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria dado apoio para mantê-lo no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.

    O senador disse à PF que o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) levou o ex-diretor a um almoço na casa de Renan Calheiros, em Brasília, no Lago Sul, entre 2009 e 2010. Estava presente também Henrique Eduardo Alves, hoje ministro do Turismo, segundo Jucá.

    Pedro Ladeira - 17.mar.15/Folhapress
    Jucá (à dir.), ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB e investigados pela Lava Jato
    Jucá (à dir.) e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB e investigados pela Lava Jato

    Na ocasião, de acordo com o senador, Costa queria apoio dos peemedebistas para ocupar a diretoria de Exploração e Produção. No entanto, os peemedebistas teriam dito ao hoje delator da Lava Jato que não dependia do PMDB, mas, sim, do governo. "Era uma diretoria do PT, não cabia a nós'', disse Jucá à Folha.

    Costa afirmou que o assunto tratado em todas as ocasiões com Jucá e Renan eram o apoio dele no cargo, em troca do delator ''apoiar'' o partido.

    Em um de seus depoimentos, o ex-diretor disse também que Jucá lhe pediu uma vez atenção para a empresa de consultoria de seu irmão Álvaro Jucá, a Diagonal, que depois foi contratada pela Petrobras para estudos de impacto ambiental.

    A PGR (Procuradoria-Geral da República) chegou a examinar o caso, mas concluiu que a contratação da empresa de Álvaro Jucá foi regular e não havia nesse episódio motivo para investigar o senador.

    Jucá pediu para ser ouvido pela PF para esclarecer os fatos envolvendo o seu inquérito. Ele foi acompanhado do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro.

    O senador disse considerar legítima a investigação do Ministério Público sempre que houver dúvidas e que está à disposição para prestar esclarecimentos, mas que seja feita de forma rápida.

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