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    'FHC não tinha o direito de falar bobagem na TV', critica Lula

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    20/05/2015 23h14

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira (20) as críticas de seu antecessor no Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e afirmou que o tucano não tinha o direito de "falar bobagens" no programa nacional de seu partido, veiculado na terça (19).

    Na propaganda em cadeia nacional, o FHC afirmou que os "enganos" e "desvios" no país começaram no governo de seu sucessor e que nunca antes na história roubou-se tanto em nome de uma causa.

    Em discurso a uma plateia de trabalhadores e sindicalistas, o petista afirmou que ficou "triste" com as declarações de seu adversário político, mas ressaltou que sabe "apanhar".

    Jorge Araújo/Folhapress
    Em evento de sindicalistas do ramo financeiro, Lula comentou a fala de FHC no programa do PSDB
    Em evento de sindicalistas do ramo financeiro, Lula comentou a fala de FHC no programa do PSDB

    "Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira. Fico triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou", afirmou.

    Em uma referência ao escândalo da compra de votos em 1997, o petista afirmou que o tucano deveria utilizar a mesma postura adotada no programa televisivo para contar ao país "a história de sua reeleição".

    Em 1997, a Folha publicou reportagens, baseadas em gravações, sobre deputados federais que admitiam ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda 16, que instituiu a reeleição à Presidência da República no país.

    "Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa", disse. "Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete", acrescentou.

    O petista disse ainda que virou alvo dos partidos de oposição ao governo federal porque acreditam que ele será candidato à sucessão presidencial em 2018.

    "Eu estou assustado. Agora, eles já não querem mais atacar a presidente Dilma Rousseff. Eles já estão pensando que tem de balear o Lula, pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo", afirmou.

    PANELAÇO

    O petista participou de seminário promovido pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), em um hotel da capital paulista.

    Em uma referência às manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, Lula afirmou que as pessoas que promovem panelaços deveriam saber que a democracia tem de ser respeitada.

    "A presidente foi eleita pelo voto direto. Quem não gostar dela, e quiser eleger o seu, espera as próximas eleições", afirmou.

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