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    Réu no mensalão tucano, Azeredo é contratado por federação de indústrias

    DE BELO HORIZONTE

    27/05/2015 15h35

    Ex-governador de Minas Gerais e réu no mensalão tucano, Eduardo Azeredo (PSDB) foi contratado pela Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) por um salário de R$ 25 mil para atuar como diretor-executivo das áreas internacional e de tecnologia, ciência e inovação.

    Azeredo começou a trabalhar na federação em março, pouco mais de um ano após renunciar ao cargo de deputado federal. À época, afirmou em carta que não concordava com as acusações pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

    Também acusou a PGR (Procuradoria-Geral da República), que pediu 22 anos de prisão, de reeditar a Inquisição. Com isso, seu processo voltou à primeira instância e tramita em Belo Horizonte.

    Segundo o Ministério Público, o mensalão tucano foi um esquema de desvio de dinheiro público do governo de Minas para a fracassada campanha do então governador Azeredo à reeleição, em 1998.

    O caso começou a ser investigado em 2005, quando foi descoberto em meio ao escândalo do mensalão petista. A Procuradoria apresentou denúncia à Justiça em 2007.

    O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o processo deve ser julgado na primeira instância da Justiça em Minas Gerais, mas isso ainda não ocorreu.

    Alan Marques - 11.fev.2014/Folhapress
    O ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB), réu no mensalão tucano, contratado pela Fiemg
    O ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB), réu no mensalão tucano, contratado pela Fiemg

    Segundo sua assessoria, o tucano foi contratado para a Fiemg por conta da atuação na Câmara, na qual foi presidente da Comissão de Tecnologia e membro da Comissão de Relações Exteriores, e por ter sido governador entre 1995 e 1998.

    A instituição informa que ele "presta consultoria em assuntos internacionais, de inovação, ciência e tecnologia". Também afirma que, por ter feito parte das comissões relacionadas aos temas no Congresso, tem "intenso relacionamento com embaixadores e instituições internacionais".

    "Neste sentido, atua no âmbito do Conselho de Política e Mercados Internacionais e do Escritório de Prioridades Estratégicas da Fiemg", diz nota da federação.

    Não é a primeira vez que a federação contrata políticos para fazer consultoria. O próprio governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), afirma ter recebido R$ 2 milhões em 2009, depois de deixar a Prefeitura de Belo Horizonte, para prestar serviços à entidade.

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