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    Com mapa de votação na mão, PMDB reduz traições e obtém apoio do PRB

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    27/05/2015 22h56

    Após as derrotas sofridas na terça-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e seus aliados passaram toda esta quarta-feira (27) em um intenso processo para virar os votos de deputados que haviam rejeitado o financiamento privado no dia anterior.

    Com o mapa de votação da derrota de terça-feira na mão, líderes partidários e a cúpula da Câmara patrocinaram forte pressão sobre os parlamentares infiéis, relatam deputados.

    No PMDB de Cunha, por exemplo, as traições foram reduzidas de 14 para 4 deputados: apenas o ex-relator da reforma política, Marcelo Castro (PI), José Fogaça (RS), Simone Morgado (PA) e Elcione Barbalho (PA) mantiveram os votos contrários (veja como cada deputado votou).

    A principal ameaça relatada foi feita por integrantes de legendas nanicas. Segundo eles, Cunha e aliados ameaçavam votar nos próximos dias projeto que sufoca a existência dessas siglas. De fato, a votação nos pequenos partidos apresentou uma notável inclinação pró-financiamento privado de terça para quarta.

    No PSC, por exemplo, cinco deputados havia rejeitado a proposta na terça. Nesta quarta, esse número caiu para 1. Os médios partidos também obtiveram a promessa de que não será aprovada o fim das coligações para eleição de deputados e vereadores, o que prejudicaria essas legendas.

    A operação muda-voto chegou a unir Cunha ao deputado Silvio Costa (PSC-PE), um dos principais críticos do peemedebista, que passou o dia em reuniões no gabinete do presidente da Câmara.

    A principal virada nas últimas 24 horas ocorreu no PRB de Celso Russomanno (SP), deputado federal mais votado nas últimas eleições. Na véspera, o partido havia dado 18 votos contra o financiamento a candidatos e partidos. Nesta quarta, sob o argumento de que aceitava a proposta de restrição das doações somente aos partidos, a legenda deu uma guinada: Toda a bancada de 20 deputados votou a favor da medida.

    Russomanno disse que defendia a restrição do financiamento às pessoas físicas, mas que buscou um acordo para evitar que o tema fosse decidido pelo Supremo Tribunal Federal. "Nós cedemos daqui e eles cederam ao restringir a doação aos partidos", afirmou.

    "Bateu o desespero neles na noite de terça e a partir daí, operaram dia e noite. Eles sabem que a maioria dos deputados aqui não sabe fazer campanha sem dinheiro", afirmou Ivan Valente (PSOL-SP).

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