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    Empresário preso pela PF tem ligações com campanhas do PT

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA
    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    30/05/2015 09h00

    Preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira tem relações antigas com campanhas e governos do PT.

    Bené, como é conhecido, esteve no centro do principal escândalo da campanha de Dilma Rousseff de 2010, quando foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha petista.

    Amigo do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, Bené participou do famoso almoço no restaurante Fritz, em Brasília, no dia 20 de abril de 2010, onde teria sido discutido um dossiê contra pessoas ligadas a José Serra (PSDB-SP), então adversário de Dilma.

    Além de Bené, estavam presentes na reunião o delegado Onézimo de Souza, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., Idalberto Matias de Araújo, o Dadá (sargento da reserva e ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica) e o jornalista Luiz Lanzetta.

    Lanzetta foi contratado para cuidar da comunicação da campanha, mas pediu demissão após o episódio. O jornalista foi levado à campanha por Pimentel, de quem é amigo.

    À época, Lanzetta dizia que Bené estava presente na reunião para lhe servir de testemunha. O tema do encontro foi levado a Pimentel, que, desgastado, foi alijado da coordenação de campanha de Dilma após o episódio.

    Bené também ajudou a pagar a casa onde funcionou a coordenação da comunicação da pré-campanha de Dilma.

    Em depoimento à Polícia Federal, Bené confirmou ter sido o responsável por negociar o aluguel da casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Uma de suas empresas, a Dialog, havia recebido na época cerca de R$ 200 milhões de contratos do governo federal.

    Em março de 2014, ele, Pimentel e o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) fizeram uma viagem pessoal a Punta del Este, no Uruguai. Procurado à época para comentar a viagem, revelada pela Folha, o governador recém-eleito chegou a negar a informação.

    Depois, recuou e disse que não comentaria viagens privadas.

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