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    Empresário ligado ao PT preso na Operação Acrônimo é solto após fiança

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    01/06/2015 11h43

    Alan Marques - 29.out.2010/Folhapress
    O empresário Benedito Rodrigues, em fotografia de 2010, preso nesta sexta em operação da PF
    O empresário Benedito Rodrigues, em fotografia de 2010, preso nesta sexta (29) em operação da PF

    O empresário dos ramos de gráfica e propaganda Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e mais três pessoas que haviam sido presas na última sexta-feira (29) na Operação Acrônimo foram soltos pela Polícia Federal do Distrito Federal após o pagamento de R$ 188 mil em fianças.

    Eles haviam sido presos em flagrante pela PF sob suspeita de associação criminosa –que prevê pena de um a três anos de prisão– em uma operação que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas do PT.

    Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, a PF apreendeu R$ 113 mil em um avião de Bené que saíra de Belo Horizonte e pousara em Brasília. A suspeita é que o dinheiro seria usado em campanhas petistas.

    As empresas controladas por Bené e seus familiares receberam pelo menos R$ 525 milhões em contratos com órgãos do governo federal entre 2005 e 2015, em especial os ministérios da Saúde, das Cidades e do Combate à Fome, números apresentados à imprensa pela PF. Segundo a PF, há uma "confusão patrimonial" e indícios de lavagem de dinheiro com o uso de "laranjas".

    A PF também afirma ter encontrado documentos que trazem indícios de que Bené teria atuado no caixa dois da campanha do governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais. Uma tabela impressa em duas páginas traz a inscrição "Campanha Pimentel", segundo a PF.

    A operação incluiu buscas em um endereço utilizado até o ano passado em Brasília pela atual primeira-dama do governo de Minas, Carolina Oliveira Pereira, que se casou em abril passado com o governador.

    Pimentel afirmou, neste sábado (30), que houve "um erro" da PF e negou quaisquer irregularidades nos serviços fornecidos por uma empresa de Carolina que deixou de existir no ano passado, a Oli Comunicação.

    As empresas vinculadas a Bené trabalharam na campanha de Pimentel, tendo sido remuneradas em R$ 3,2 milhões por meio do comitê financeiro estadual do PT.

    MULTAS

    Do total da multa paga, Bené desembolsou R$ 78 mil. Marcier Trombiere Moreira, que atuou em 2014 como assessor da campanha eleitoral do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), pagou R$ 30 mil.

    Os outros dois detidos, Vitor Nicolato e Pedro Augusto de Medeiros, pagaram R$ 50 mil e R$ 30 mil, respectivamente. Os valores foram pagos com cheques que devem ser descontados nesta segunda-feira (1º).

    As multas foram arbitradas pela própria PF. Os quatro deixaram o prédio da Superintendência da PF no Distrito Federal na noite de sexta.

    O advogado de Bené, Celso Lemos, disse que vai pedir a impugnação do valor da multa paga, que considerou "surreal". O advogado disse que orientou seu cliente a não se ausentar de Brasília sem fazer uma comunicação prévia à Justiça Federal.

    Sobre as suspeitas levantadas na investigação, o advogado disse que "não há clareza alguma porque a própria investigação ainda não foi concluída". "Eles [PF] falaram muito, mas de substância mesmo, nada. Põe-se o carro na frente dos bois", disse o advogado.

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