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    Dividido, PT adia decisão sobre proibir doações de empresas

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    02/06/2015 21h05

    Sem consenso, a cúpula do PT adiou decisão oficial sobre o financiamento empresarial para suas campanhas. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira (2) que o 5º Congresso –instâncía máxima do partido– não vai ratificar deliberação do Diretório Nacional que, em abril, proibiu doações de empresas privadas para a sigla.

    Apesar da promessa de não receber recursos privados, essa decisão não será formalizada no 5º Congresso, que se reunirá em Salvador.

    Falcão alega que não faz sentido o partido discutir sua política de arrecadação antes que Câmara e Senado tomem uma decisão sobre o financiamento partidário. O encontro do PT acontecerá nos dias 11 e 12. Até lá, os parlamentares não terão aprovado a proposta segundo a qual só o partido poderá arrecadar. Esse modelo em debate no Congresso colide frontalmente com uma decisão do PT proibindo arrecadação por parte do partido.

    Como a maior corrente do PT –CNB (Construindo um Novo Brasil)– é contra essa proibição, o partido tenta tirar o tema da pauta.

    Falcão disse que a ideia é manter a determinação provisória de não aceitar recursos privados para a sigla até que o Congresso Nacional decida sobre o tema. Só então, o PT deverá se reunir novamente para uma deliberação definitiva sobre o financiamento das campanha.

    "Não há por que o partido discutir isso agora, se não há nada aprovado no Congresso Nacional", justificou Falcão.

    Essa fórmula contrariou integrantes de outras forças partidárias, como a Mensagem ao Partido.

    Secretário Nacional de Formação Política do PT, Carlos Henrique Árabe, afirma ver "movimentos contrários à mudança" no comando do partido.

    Ele conta que na tarde desta terça-feira (2), durante reunião da Executiva Nacional do partido, Falcão afirmou que fará atualizações na tese que a CNB sugeriu para debate durante o seu 5º Congresso. Árabe afirma que, com o gesto, o presidente do PT revela sua simpatia pela tendência refratária às mudanças.

    "No nosso lado, sentimentos um movimento pela mudança. O outro lado quer deixar como está", disse.

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