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    Criticado no PSDB, Aécio propõe 'carta de princípios' ao partido

    DANIELA LIMA
    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    08/06/2015 02h00

    Pedro Ladeira - 3.jun.15/Folhapress
    O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB que será reconduzido ao cargo em julho
    O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB que será reconduzido ao cargo em julho

    Pressionado por setores mais ideológicos do partido e pela ofensiva política deflagrada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador Aécio Neves (MG) decidiu apresentar uma lista de propostas do PSDB para o resgate da economia do país.

    O documento, que está sendo chamado por ele de "carta de princípios à nação", será divulgado na convenção do PSDB, em julho, quando Aécio será reconduzido à presidência nacional da legenda.

    A ideia é que a carta traga ainda propostas para outras áreas. Com ela, Aécio responde a integrantes históricos do partido, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que cobram publicamente a adoção de uma postura mais propositiva por parte da oposição.

    A iniciativa ainda faz frente à ofensiva do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que nas últimas semanas tem feito movimentos para nacionalizar o seu nome.

    A ideia de Aécio é fazer da convenção uma solenidade "programática", para amenizar as críticas de que as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado estão apostando no "quanto pior melhor".

    Fundador do partido, o ex-deputado Arnaldo Madeira criticou a oposição do PSDB às medidas do ajuste fiscal e o apoio ao fim da reeleição, aprovada no governo de FHC.

    "Aécio é presidente do maior partido de oposição. Não vi o partido ter uma posição organizada sobre esses temas. Há chute para todo lado", disse Madeira.

    O próprio FHC, em artigo publicado neste domingo (7) no jornal "O Estado de S. Paulo", afirmou que a oposição "não deve escorregar para o populismo, e sim apontar caminhos". "A oposição de hoje será governo amanhã. [...] Não nos aflijamos eleitoralmente antes do tempo."

    Aécio negou desconforto. "Talvez a maior virtude do PSDB seja a pluralidade. Nossa força vem daí, da capacidade de debater internamente, sem que isso signifique um racha", disse.

    MAIORIDADE

    Alckmin e Aécio despontam como pré-candidatos da sigla à Presidência em 2018. A expectativa era que eles mantivessem o embate interno em banho-maria até o ano que antecede o pleito.

    Na semana passada, porém, Alckmin deu entrevista ao jornal "O Globo", do Rio, defendendo uma proposta alternativa à redução da maioridade penal. O gesto foi interpretado como um tentativa de "exportar" sua imagem e assumir a dianteira nos debates sobre o tema.

    Alckmin sugeriu a aprovação de um texto que amplia a pena de menores infratores, mas não altera a maioridade -na eleição, no ano passado, Aécio defendeu outra proposta. O paulista disse ainda que buscará apoio em todos os partidos, inclusive o PT.

    O governador vai a Brasília nesta terça-feira (9) defender sua tese junto à bancada do PSDB. Aécio vai participar da reunião, e vai advogar por outra estratégia.

    O mineiro quer que seu partido adote como bandeira três projetos: o de Alckmin, o do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que abre a possibilidade do julgamento como maior de idade para adolescentes que cometerem crimes hediondos, e uma proposta feita por ele, que triplica a pena de quem usa menores para cometer crimes.

    "Vou defender que o PSDB feche com esses três projetos, para buscarmos um consenso com outras siglas que não querem a redução pura e simplesmente, mas também entendem que é preciso dar uma resposta à sociedade", disse.

    Colaborou CATIA SEABRA

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