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    Lava Jato

    Operador de propinas da SBM firma delação premiada no caso Petrobras

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    09/06/2015 10h57

    O empresário apontado como operador de propinas para a empresa holandesa SBM Offshore, Julio Faerman, firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal para fornecer detalhes do caso.

    A informação consta do habeas corpus concedido pela ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber para permitir que Faerman fique calado em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira (9).

    Segundo a ministra, a defesa de Faerman informou que, em 12 de maio deste ano, firmou o acordo com o Ministério Público Federal, pendente ainda de homologação judicial. Ele é suspeito de ser o intermediário das propinas da SBM a funcionários da Petrobras.

    Não há detalhes ainda sobre as informações que ele acertou delatar. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, em sua colaboração premiada, afirmou que Faerman começou a lhe pagar propina por parte da SBM em 1998. Por isso, o depoimento de Faerman pode estender as investigações sobre irregularidades na Petrobras à gestão presidencial de Fernando Henrique Cardoso [1995-2002].

    As investigações sobre a propina da SBM Offshore correm no Rio de Janeiro e não estão atreladas à Operação Lava Jato, porque começaram separadamente. As informações prestadas por Barusco sobre o caso foram remetidas ao Rio.

    Com o habeas corpus concedido e a colaboração premiada, a expectativa dos parlamentares é que Faerman fique calado no depoimento à CPI, apesar de todo o esforço da comissão par localizá-lo. O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), chegou a pedir à Polícia Federal a prisão preventiva de Faerman para que fosse conduzido à CPI, mas desistiu depois que o empresário informou sua localização e garantiu o comparecimento.

    A empresa holandesa SBM Offshore já fez acordo com o Ministério Público da Holanda confirmando o pagamento de propinas pelo mundo e, no Brasil, negocia um acordo de leniência com a CGU (Controladoria-Geral da União) para fornecer informações que ajudem a elucidar os fatos e ter punições mais brandas.

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