A Câmara iniciou nesta quarta-feira (10) a conclusão da votação das propostas que formam o conjunto de iniciativas da reforma política em discussão no Congresso. Segundo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o plenário analisará primeiro a proposta que acaba com o voto obrigatório e, em seguida, deve votar a ampliação de quatro para cinco anos de mandato parlamentar, a coincidência de eleições e a cota para mulheres.

A Câmara iniciou as votações do pacote da reforma política no fim de maio, quando aprovou o fim da reeleição, a constitucionalização do financiamento privado de campanhas e a cláusula de barreira branda. A Casa também manteve a regra que permite aos partidos se coligar nas eleições de deputados e vereadores.

Questionado sobre se as propostas poderiam ser aprovadas pelo plenário, Cunha afirmou que "não tem expectativa" porque seu compromisso é de apenas colocar as matérias em votação.

"Eu não tenho expectativa. Por mais que vocês queiram colocar que se for aprovado foi vitória minha e se não foi, foi derrota, eu me sinto vitorioso por ter conseguido pautar um tema que ninguém conseguiu pautar", afirmou.

Em seguida, ele criticou a propaganda feita por alguns políticos que pregaram a reforma política em suas campanhas mas não votaram de acordo. "Sempre teve uma hipocrisia nesta Casa. Muitos defendiam reforma política, fizeram campanha aqui o tempo inteiro. [...] Aqueles que tinham suas posições tiveram sua oportunidade de vencer no plenário e não venceram. Então, significa que a Casa está fazendo uma opção de manter o atual modelo", disse.

"Ninguém mais vai poder falar de reforma política e todas as suas variáveis porque todos tiveram a oportunidade de se manifestar. Não será mais tema de campanha política", completou Cunha.

Caso sejam aprovadas, as mudanças ainda precisam passar em segundo turno na Câmara e depois pelo Senado.

PROVOCAÇÃO

Ao explicar como seria a votação da reforma política, Cunha fez uma provocação ao PT, ao afirmar que a sessão desta quinta seria realizada mais cedo para que os parlamentares possam ir ao Congresso Nacional da sigla "para falar mal da gente".

"Vamos votar hoje e amanhã [a reforma política]. A única exceção que a gente fez foi de votar amanhã mais cedo por causa do Congresso do PT para permitir que o PT vá ao seu Congresso para falar mal da gente. Vamos facilitar para o PT falar mal da gente", disse.