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    PT deve abolir contribuição obrigatória da maior parte dos filiados

    CATIA SEABRA
    MARINA DIAS
    ENVIADAS ESPECIAIS A SALVADOR

    11/06/2015 15h25

    Reunidas para o5º Congresso do PT, que começa nesta quinta-feira (11) em Salvador, as maiores forças internas do PT devem anunciar nesta sexta (12) a decisão de abolir a contribuição obrigatória dos filiados do partido que não ocupem cargos públicos ou suas assessorias.

    Com a decisão, o número de filiados obrigados a colaborar com a sigla deverá sofrer uma redução de 90%, passando de 800 mil para 80 mil.

    Atualmente, os filiados não têm direito a voto em decisões do partido sem que estejam em dia com suas contribuições.

    A medida traduz um esforço da sigla para reaproximação com suas bases sociais. Vice-presidente do PT, Jorge Coelho afirma que a cobrança de R$ 75 semestrais afugenta líderes de núcleos regionais.

    "Como uma família de 10 trabalhadores rurais pode participar das decisões partidárias?", justifica.

    Segundo o secretário-geral do PT, Romênio Pereira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurará um novo modelo de contribuição, que será oficialmente divulgado na sexta.

    FINANCIAMENTO

    A cúpula do PT também estuda a hipótese de recuar da decisão que proíbe o recebimento de doações empresariais ao partido, abrindo exceção para o período eleitoral. A ideia é flexibilizar a proposta para que doações desse tipo sirvam para pagar dívidas de campanha, geralmente da ordem de milhões.

    Para Romênio, o partido foi "precipitado" ao proibir o financiamento privado sem prévia decisão do congresso petista, instância máxima do petista.

    Em abril, quando o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso na Operação Lava Jato, o diretório nacional aprovou medida que proibia o recebimento de doações de empresas privadas pelo partido, mas a decisão precisava ser referendada pelo congresso da legenda, em Salvador.

    No entanto, a tendência de a Câmara dos Deputados aprovar na reforma política a proibição de doações de empresas só a candidatos colocou em xeque a proposta do PT, que decidiu adiar a discussão.

    Editoria de Arte/Folhapress

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