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    Caso precise, PT deve pedir doações privadas 'de cabeça erguida', diz Lula

    MARINA DIAS
    CATIA SEABRA
    ENVIADAS A SALVADOR

    12/06/2015 13h49

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta (12) que, caso o PT precise recorrer a doações empresariais, a sigla deve pedir as contribuições de "cabeça erguida", mas com a consciência de que "não pode depender só disso".

    "Não é que a gente nunca mais vai precisar [de doações privadas]. Se precisar, com a mesma cabeça erguida com que a gente dá nossos R$ 10, a gente vai pedir. Mas não podemos depender só disso, temos que depender de nós", disse o ex-presidente durante o 5º congresso petista, em Salvador.

    Nesta sexta, o PT lançou uma ferramenta na internet para receber doações de pessoas físicas e pediu a ajuda da militância.

    Em discurso para delegados e lideranças de seu partido, Lula disse que não vê problema em fazer campanha de arrecadação.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ex-presidente Lula, com Dilma e Rui Falcão, na abertura do 5º congresso petista, em Salvador
    O ex-presidente Lula, com Dilma e Rui Falcão, na abertura do 5º congresso petista, em Salvador

    "Isso não é o problema. O partido vai decidir isso na reunião do Diretório Nacional [se a legenda vai aceitar ou não doações privadas]. O problema é que o partido não pode depender só disso. O partido tem que ter consciência de que o verdadeiro militante precisa ter, como já teve, a obrigação de dar uma pequena contribuição."

    Em abril, a direção do PT decidiu que o partido não receberia mais dinheiro de empresas privadas. A decisão, porém, tinha que ser referendada no congresso da sigla, em Salvador, mas a discussão foi adiada até a votação da reforma política pelo Congresso.

    No último dia 27, a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite o financiamento de empresas a partidos. Para passar a valer, o texto deve ser aprovado em segundo turno pela Câmara e passar em dois turnos no Senado.

    Dirigentes petistas defendem a ideia de que o partido recorra ao financiamento privado somente em período eleitoral, por exemplo.

    MOMENTO DELICADO

    Sob alguns gritos de "volta Lula" na plateia, o ex-presidente disse que vai viajar o Brasil para "ajudar o PT a voltar a ser o que era".

    "Esse é um momento delicado do PT, mas é o momento de ressurgimento do PT, é uma questão de honra", disse Lula.

    Para ele, os parlamentares do partido precisam dedicar um fim de semana por mês a fazer o debate político partidário, nos Estados e municípios, para recuperar a imagem histórica da sigla, próxima das bases sociais.

    "O PT é nosso instrumento de luta, nós temos que ajudá-lo, oxigená-lo, e fazer com que ele possa respirar aliviado", completou.

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