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    Promotoria pede 450 anos de prisão para ex-primeira-dama de Campinas

    VENCESLAU BORLINA FILHO
    DE CAMPINAS

    17/06/2015 11h09

    O Ministério Público Estadual pediu pena máxima de 450 anos de prisão a Rosely Nassin Jorge Santos, ex-primeira-dama de Campinas (a 93 km de São Paulo). Ela é acusada pela Procuradoria de chefiar um esquema de corrupção e fraudes em licitação da Sanasa, empresa municipal de saneamento –que pode ter causado um prejuízo de cerca de R$ 180 milhões aos cofres públicos.

    Promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também pediram pena máxima de 300 anos de prisão ao ex-vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), acusado de formação de quadrilha e corrupção no mesmo esquema. O processo é considerado um dos maiores casos de corrupção já investigado em Campinas.

    Também foram acusados outros seis ex-agentes públicos do governo do ex-prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), que não figura como réu no processo porque na época da denúncia, em 2011, ainda ocupava o cargo e tinha foro privilegiado.

    O pedido foi feito nas alegações finais da ação, que tramita na 3ª Vara Criminal de Campinas, e divulgada nesta terça (16). Agora, os advogados de Rosely e Vilagra têm 60 dias para apresentar sua defesa, antes da sentença do juiz Nelson Augusto Bernardes, prevista para setembro.

    Para o delator do esquema, o ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino, o Ministério Público pediu o perdão judicial em troca de sua colaboração com as investigações.

    O CASO

    A operação do Gaeco começou em 2011, para coibir um esquema de fraudes em licitação da Sanasa. No esquema, segundo o Ministério Público, a ex-primeira-dama cobraria dos empresários entre 5% e 15% do valor dos contratos para direcionar as licitações.

    Treze empresários e lobistas também são acusados no processo e podem ser presos por corrupção e fraude em licitação.

    O ex-vice-prefeito, que ocupou o cargo de prefeito após a cassação do mandato de Santos, chegou a ser preso na operação, assim como outros ex-agentes públicos. Depois, ele também teve o mandato cassado pela Câmara.

    Quem assumiu em seguida foi o então presidente da Câmara, Pedro Serafim Júnior (PDT), cujo mandato encerrou-se em 2012. Ele concorreu às eleições, mas perdeu para o atual prefeito, Jonas Donizette (PSB).

    OUTRO LADO

    O advogado de Demétrio Vilagra, Ralph Tórtima Stettinger, afirmou que as provas colhidas durante o processo isentam a participação do ex-vice-prefeito no esquema e que todas as testemunhas ouvidas confirmaram a inocência do seu cliente.

    Stettinger disse ainda que pedido de prisão feito pelo Ministério Público é irreal.

    O advogado da ex-primeira-dama, Eduardo Carnelós, não foi encontrado e não retornou as ligações para comentar o pedido. Rosely sempre negou a acusação.

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