O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello recebeu nesta quarta-feira (17) uma homenagem de seus pares pelos 25 anos na Corte e afirmou que não consegue se imaginar virando as costas para a cadeira do tribunal.

"Não me vejo virando as costas a esta cadeira. O que mais quero na vida é manter o mesmo entusiasmo examinando o processo como se fosse o primeiro", disse Marco Aurélio, segundo ministro mais antigo do Supremo.

Em sua fala, ele fez um breve comentário sobre sua trajetória e destacou que não pensava em ser juiz, mas seguir a advocacia.

O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, puxou a homenagem e chamou Marco Aurélio de "juiz de convicções firmes", além "humanista e democrata".

Celso de Mello, decano do tribunal, lembrou que o colega acaba muitas vezes vencido nos julgamentos, mas destacou a importância de votos divergentes.

"Aquele vota vencido não pode ser visto como espírito isolado nem como alma rebelde, pois é ele quem possui o sentido mais elevado da ordem e da justiça, exprimindo, na solidão de seu pronunciamento, uma percepção mais aguda da realidade social que pulsa na coletividade, antecipando-se aos seus contemporâneos na revelação dos sonhos que animarão as gerações futuras", disse.

Marco Aurélio completou 25 anos no Supremo no sábado (13). Ele foi indicado pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo, seu primo. Com a mudança feita pelo Congresso recentemente na aposentadoria dos ministros, ele poderá ficar até 2021, quando completa 75 anos. Pela regra antiga, ele deixaria o tribunal em 2016.

Marco Aurélio ficou conhecido pelas frases polêmicas, por ter protagonizado embates até com colegas e ainda pela pontualidade. Na gestão de Marco Aurélio no comando do tribunal, o Supremo criou a TV Justiça.

O STF abriu nesta quarta uma exposição que reúne documentos, fotografias, obras de arte, objetos históricos e artigos pessoais do ministro. Pelo corredor onde os ministros passam para chegar ao plenário do tribunal, também foi instalada uma galeria mostrando fotos, como a paixão do ministro por motos, e caricaturas.