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    Esquerda do PT retoma críticas ao governo

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    25/06/2015 02h00

    Tendência integrada pelo secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, a DS (Democracia Socialista) apresentou, nesta quarta-feira, documento com severas críticas à política econômica e à nomeação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.

    O texto faz uma avaliação do 5º congresso nacional do partido, realizado há duas semanas em Salvador, afirmando que seu resultado deve ser entendido como um "recuo que imobiliza o governo e arrasta o partido consigo".

    Sua divulgação coincide com o momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expõe suas críticas ao governo e ao PT.

    Segundo o documento, "a indicação de Levy e a adoção de uma política conservadora e recessiva na economia seriam uma forma de absorver a pressão neoliberal".

    "Nesta estratégia de recuo, o partido deve ser fundamentalmente um apoiador institucional incondicional das diretrizes recessivas (e corrosivas da legitimidade do programa de outubro) do governo e um fiador subserviente da principalidade da aliança com o PMDB".

    Em seu 5° congresso, o PT manifestou apoio ao ajuste fiscal e rejeitou a proposta de convocação de uma constituinte partidária para troca do comando do PT.

    Apesar da aliança com a "Mensagem" –que é a segunda maior força do PT– a DS foi derrotada na Bahia. Agora, com a elaboração do documento, ela tenta reeditar essa parceria e o movimento pela realização de uma conferência, a "Muda PT!".

    O texto está sendo submetido aos dirigentes da "Mensagem" para a redação de um documento conjunto.

    Apontada como mais leve, a Mensagem ainda não bateu martelo sobre a adesão integral à essa versão.

    Secretário Nacional de Formação Política do PT, Carlos Henrique Árabe cita as recentes declarações em defesa de sua proposta: "Nós defendemos a renovação do PT. Lula é ainda mais ousado. Lula quer uma revolução", justifica Árabe.

    O documento afirma que o recuo impede que se acumule forças para sair "do altíssimo patamar de impopularidade". Segundo Árabe, o texto foi previamente apresentado a Rossetto, apontado como um dos mais íntimos aliados de Dilma na Esplanada dos Ministério.

    Procurado por intermédio de sua assessoria, Rossetto não se manifestou até o fim desta edição.

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