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    Lava Jato

    Juiz Moro nega convocação de ministro como testemunha de ex-petista

    GRACILIANO ROCHA
    FLÁVIO FERREIRA
    DE SÃO PAULO

    25/06/2015 19h15

    Titular das ações penais da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro rejeitou um pedido da defesa do ex-deputado André Vargas, que se desfiliou do PT, para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fosse ouvido como testemunha. Para o magistrado, o pedido era "manifestamente irrelevante" e "diversionista".

    O advogado de Vargas sustenta que o depoimento de Cardozo seria importante para esclarecer o procedimento de interceptação entre a Polícia Federal e a empresa Research In Motion (RIM), o sistema de mensagens da Blackberry, no Canadá.

    Em ações penais envolvendo outros réus que também questionavam a quebra das mensagens sem enviar um pedido ao Canadá pelos canais de cooperação internacional entre os dois países, o juiz Moro considerou desnecessária a formalidade pois trata-se de empresa estrangeira com filial brasileira, submetida, portanto, à jurisdição nacional.

    "No contexto, ouvir o Ministro da Justiça sobre a interceptação do Blackberry, além de peculiar, já que não está ele envolvido nas investigações concretas, é manifestamente irrelevante", escreveu o magistrado, como data desta quarta-feira (24)

    "Além disso, os agentes públicos servem a comunidade e não se afigura correto dispender o seu tempo, além do desse Juízo, ouvindo-os sem que haja real necessidade", concluiu Moro.

    O despacho integra ação penal em que Vargas responde à acusação de lavagem de dinheiro que as empresas de sua família teriam recebido em troca do ex-deputado ter intermediado contratos de uma agência de publicidade com o governo federal.

    ACUSAÇÕES

    Na última terça (23), o Ministério Público Federal apresentou nova denúncia contra Vargas sob acusação de lavar de dinheiro na compra de um imóvel de luxo em Londrina.

    Se a acusação for aceita pela Justiça, Vargas poderá ser réu na segunda ação penal decorrente das investigações da Lava Jato. Ele já responde a acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

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