• Poder

    Sunday, 05-May-2024 12:20:07 -03

    Lava Jato

    Dilma fala sobre Petrobras e corrupção a empresários dos EUA

    GIULIANA VALLONE
    RENATA AGOSTINI
    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    29/06/2015 17h06

    Antecipando-se aos questionamentos, a presidente Dilma Rousseff tomou a iniciativa de falar sobre a corrupção na Petrobras em encontros fechados com empresários norte-americanos nesta segunda-feira (29), em Nova York (EUA).

    De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, que participou das reuniões, Dilma passou a mensagem de que tanto o país quanto a estatal estão se "aperfeiçoando."

    "A Petrobras está aperfeiçoando sua governança, adotando medidas de 'compliance', renovando o Conselho [de Administração], a gestão", teria dito a presidente, segundo Monteiro. "Ela se antecipou."

    Dilma teria falado também sobre a melhora nas leis de combate à corrupção no país e ressaltado a autonomia do Ministério Público para conduzir investigações autônomas, que independem do governo.

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também participou dos encontros, afirmou que o clima foi de "muita transparência." "Falamos de todas as medidas importantes para retomar o crescimento no país", afirmou.

    Dilma veio aos Estados Unidos para um encontro de trabalho com o presidente norte-americano, Barack Obama, que acontecerá em Washington nesta terça (30). Mas a visita começou em Nova York, centro financeiro do país, parte da ofensiva do governo brasileiro para atrair o empresariado americano.

    Com a retração da atividade econômica no Brasil, que deve piorar no curto prazo com o ajuste fiscal, o governo foca em aumentar os investimentos e o comércio exterior. Para esses dois objetivos, a visita aos EUA é fundamental.

    Nesta segunda, organizou um seminário para explicar o novo pacote de concessões em infraestrutura, com oportunidades em rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, no valor de R$ 198,4 bilhões. Cerca de 470 empresários e investidores confirmaram presença no evento, que contou com encerramento da presidente.

    Durante a manhã, nos encontros com empresários do setor produtivo e integrantes do mercado financeiro nos EUA, Dilma defendeu as medidas econômicas e também quis ouvir o que todos tinham a dizer sobre o país –somadas, as duas reuniões contaram com a presença de 32 executivos.

    As demandas, com o objetivo de "melhorar o ambiente de negócios no Brasil", segundo Monteiro, incluíram a redução da burocracia e melhores no ambiente regulatório e na área tributária.

    A recepção foi positiva. "Esses empresários têm um olhar de prazo mais longo sobre o Brasil. E reconhecem os esforços que o governo está promovendo para reequilibrar a economia", disse o ministro.

    "Fomos encorajados por algumas das reformas que estão sendo feitas no Brasil. Ela também falou sobre o que está sendo feito para assegurar que seja simples conduzir negócios no país", disse David Cheesewright, presidente do Wal-Mart.

    O presidente da AB Inbev, Carlos Brito, classificou a reunião como "muito boa" e elogiou a iniciativa do governo de se aproximar de empresas nos Estados Unidos e a disponibilidade para ouvir sugestões.

    "Somos investidores de longo prazo no Brasil, investimos R$ 12 bilhões desde 1997 e temos planos de investir potencialmente mais. Continuamos otimistas", disse o presidente do grupo AES, que administra a AES Eletropaulo, Andrés Gluski.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024