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    Governo reconhece que articulação 'cochilou' em derrota no Senado

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    01/07/2015 11h52

    O Palácio do Planalto reconheceu "cochilo" e "erros conjuntos" na articulação política do governo após a aprovação pelo Senado, nesta terça-feira (30), do projeto que reajusta os salários dos servidores do Poder Judiciário.

    Um dia após a votação, auxiliares da presidente Dilma Rousseff falavam em "total falta de coordenação" e reclamavam que os senadores da base aliada não cumpriram o que foi combinado com o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, de negociar uma alternativa à proposta e adiar a apreciação do projeto em plenário.

    Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento médio de 59,5% nos próximos quatro anos aos servidores terá impacto de R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos. A proposta elaborada pela equipe econômica do governo prevê aumento de 21,3% dividido em três anos, a partir de 2016. A alternativa, porém, não agradou à categoria.

    Nos bastidores, assessores de Dilma também reclamavam da atuação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, que enviou ofício ao Senado para falar sobre a proposta alternativa, mas não foi enfático quanto ao adiamento da votação.

    Para eles, o presidente do STF "deixou o barco correr sem grandes esforços".

    VETO

    A presidente Dilma deve vetar a proposta, apesar do desgaste político que isso deve causar.

    Em maio, como mostrou a Folha, Dilma havia sido surpreendida ao saber que o projeto estava prestes a ser votado –e aprovado– e pediu que o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), adiasse a votação.

    À época, Delcídio e o líder do governo no Congresso, deputado José Pimentel (PT-CE), apresentaram a Dilma um estudo sobre o impacto orçamentário do projeto e a presidente cobrou sua equipe econômica por não ter monitorado o tema antes. Ali, pediu que elaborassem uma alternativa para ser apresentada aos servidores.

    Além do veto da presidente, o Palácio do Planalto ainda avalia quais medidas vai tomar em relação aos senadores da base após o resultado considerado "desastroso para as finanças do país".

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