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    Lava Jato

    Ministro do STF nega acesso de ministros à delação de Ricardo Pessoa

    DE BRASÍLIA

    02/07/2015 20h27

    Relator dos inquéritos que investigam o envolvimento de políticos no esquema de corrupção da Petrobras, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki negou nesta quinta-feira (2) pedidos dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) para ter acesso aos depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa.

    O empresário fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, que foi confirmado na semana passada pelo STF, se comprometendo a revelar detalhes do esquema em troca de redução de uma eventual pena e outros benefícios.

    A decisão do ministro leva em consideração que o acordo de colaboração ainda está sob sigilo. Pela regras, o teor dos depoimentos feitos em colaboração só podem ser divulgados após o Ministério Público apresentar a acusação formal contra o acusado e entregar denúncia com base em provas colhidas em investigações.

    Apontado como o chefe do cartel de empreiteiras que participava dos desvios da estatal, Pessoa disse que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em seus negócios com a Petrobras. O montante foi doado legalmente. Em seus depoimentos, ele teria mencionado ainda doações ilegais R$ 15,7 milhões a ex-tesoureiros do PT e da campanha de Dilma.

    Como a Folha revelou em maio, a doação foi feita legalmente e ele disse que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.

    O empresário ainda implicou Mercadante. No caso do ministro da Casa Civil, o relato da delação de Pessoa diz que ele fez repasses ilegais à campanha do petista ao governo de São Paulo em 2010. De acordo com a prestação de contas apresentada pelo PT à Justiça Eleitoral em 2010, a UTC doou R$ 500 mil para a campanha de Mercadante.

    Por meio de sua assessoria, Mercadante afirmou que todas as contribuições para sua campanha em 2010 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral e estão registradas na prestação de contas entregue ao TSE.

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