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    Facebook negocia parcerias com jornais brasileiros

    DE SÃO PAULO

    03/07/2015 20h30

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Os jornalistas Vinicius Mota, da *Folha* (centro), Ascânio Seleme (esq.) e Ricardo Gandour (dir.)
    Os jornalistas Vinicius Mota, da Folha (centro), Ascânio Seleme (esq.) e Ricardo Gandour (dir.)

    O Facebook já consultou os principais jornais brasileiros para uma possível parceria na publicação de notícias diretamente pela rede social. Veículos como Folha, "O Estado de S. Paulo" e "O Globo" começaram a discutir o assunto na ANJ (Associação Nacional dos Jornais).

    No mundo, jornais como "The New York Times" e " The Guardian" foram os primeiros a se associar à nova plataforma de publicação da companhia. No Brasil, ainda não existe previsão para o lançamento do serviço.

    Os jornais brasileiros estão resistentes. Apesar de ser uma possível porta de entrada para leitores mais jovens, existe uma preocupação de que a plataforma ganhe importância exagerada.

    "O risco é que o Facebook se torne uma camada privada da internet", disse Ricardo Gandour, diretor de conteúdo e jornalismo de "O Estado de S. Paulo" durante o Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji.

    Por esse modelo, os jornais publicam suas notícias diretamente pelo Facebook e quem acessa não sai da página da rede social. Hoje, os sites dos jornais conseguem gerar receita conquistando assinantes que pagam pelo conteúdo.

    CRISE DUPLA

    Esse debate ocorre no momento em que os jornais se movimentam para responder a nova demandas de leitores, em especial nas plataformas digitais, para onde se destina também um fluxo de anunciantes.

    "Vivemos duas crises com origens diferentes", disse Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha. "Uma é a do meio [jornais], mais lenta e de caráter transformador. Outra, mais emergencial e destrutiva, é a econômica."

    Nesse cenário, os jornais armam suas estratégias. Cortam custos de um lado, mas investem em conteúdos exclusivos que tornem o papel ainda mais relevante. "Exclusividade é o nome do jogo", disse Ascânio Seleme, diretor de "O Globo".

    Ao mesmo tempo, criam fontes alternativas de receita. Fazem, por exemplo, entregas para lojas virtuais aproveitando sua cadeia de distribuição de jornais.

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