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    Lava Jato

    Planalto contesta reportagem sobre depoimento de doleiro

    DE BRASÍLIA

    04/07/2015 02h00

    A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) enviou nota à Folha para contestar reportagem publicada em sua edição impressa desta sexta-feira (3) que relata o teor de novas suspeitas levantadas pelo doleiro Alberto Youssef contra a organização da campanha de Dilma Rousseff à reeleição em 2014.

    Em depoimento à Justiça Eleitoral em ação que analisa eventual abuso do poder político e econômico da campanha, Youssef afirmou ter sido procurado por um emissário do campo governista no começo de 2014 para repatriar R$ 20 milhões para uso na campanha.

    A Secom reafirma, conforme a Folha já havia registrado, que não houve uso de valores irregulares na campanha. E reitera, conforme a reportagem deixou claro, que Youssef não fez a transação.

    Segundo a Secom, a reportagem da Folha é "é um equívoco, resultado de reportagem que interfere na verdade factual para forjar suspeitas e insinuações".

    Em seguida, o Planalto enuncia quatro supostos erros da reportagem.

    Primeiro, diz que a Folha "escondeu" as negativas de Youssef sobre a transação não ocorrida. Isso não é fato, a negativa é explícita.

    Segundo, diz que não é verdade que Youssef disse ter sido procurado por um "emissário" da campanha. Novamente, não é fato: o juiz que interrogou Youssef pergunta textualmente se ele foi procurado por algum integrante da campanha de Dilma. O doleiro, então, faz o relato.

    Terceiro, a Secom afirma que "a suposta operação não poderia ser finalizada porque sequer foi iniciada", como se a reportagem dissesse o contrário. Não diz.

    Por fim, o governo afirma que a reportagem dá a "falsa impressão" de que o negócio só não ocorreu porque o doleiro foi preso.

    Por questão de acabamento editorial, foi cortada a palavra "também" da seguinte resposta de Youssef ao juiz: "Aí aconteceu o negócio da prisão e eu também nunca mais o vi [o emissário]".

    Para a Secom, isso sugere que a detenção do doleiro na Operação Lava Jato não implicou interrupção da suposta negociação.

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