Dois dos principais advogados que atuam na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, criticaram a conduta do juiz do caso, Sergio Moro, ao participarem de debate no congresso internacional da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) nesta sexta-feira (3).

O criminalista David Teixeira de Azevedo, que defende o réu Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, disse que Moro restringiu o direito da defesa por não ter dado tempo suficiente para a convocação de uma testemunha que reside no exterior.

Azevedo também disse que "falta coragem" aos tribunais de recursos do país para revogar decisões do juiz responsável pela Lava Jato.

O advogado Fábio Tofic Simantob, defensor de executivos da empreiteira Engevix, qualificou de "arbitrárias" várias medidas tomadas pelo magistrado do caso.

Simantob também disse que indevidamente o juiz se recusa a reconhecer que os processos da Lava Jato deveriam tramitar em varas diferentes da de Moro, que fica em Curitiba.

As defesas dos acusados alegam que as causas da Lava Jato deveriam ter andamento no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Petrobras, ou nos locais onde residem os réus do caso.