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    Diante da crise, aliados divulgam nota em apoio ao mandato de Dilma

    MARINA DIAS
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    07/07/2015 14h54

    Diante do agravamento da crise que acomete o Palácio do Planalto, presidentes de partidos aliados e líderes da base no Congresso divulgaram, nesta terça-feira (7), uma nota em defesa dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer.

    Elaborado durante reunião no gabinete de Temer, o texto é mais uma medida da estratégia do Planalto de armar uma "defesa prévia" de Dilma na tentativa de blindar o governo dos movimentos pelo afastamento da presidente que ganharam força na oposição.

    "Fizemos uma manifestação explícita em defesa da legalidade, da vontade popular e, evidentemente, dos mandatos da presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

    Ed Ferreira/Folhapress
    Ao fundo, a presidente Dilma e o vice Temer conversam; em 1º plano, aliados deixam reunião de articulação
    Ao fundo, Dilma e o vice Temer conversam; em primeiro plano, aliados deixam reunião de articulação

    Assinada por 11 partidos, a nota diz que "os líderes e dirigentes partidários abaixo-assinados manifestam o seu apoio à presidenta e ao vice-presidente da República. E reafirmam seu profundo respeito à Constituição Federal e seu inarredável compromisso com a vontade popular expressa nas urnas e com a legalidade democrática."

    Indagado sobre a necessidade de a base escrever uma nota em apoio ao próprio governo, Temer afirmou que, muitas vezes, "aparece uma ou outra informações sobre insatisfação de um ou outro partido". Segundo ele, o texto revela "unidade".

    Na noite de segunda-feira (6), Dilma convocou uma reunião de emergência com seu conselho político —formado por ministros, líderes da base na Câmara e no Senado e presidentes de partidos aliados— para pedir apoio no Congresso e sustentar a defesa que o governo apresentará em 21 de julho ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as chamadas "pedaladas fiscais".

    Em entrevista à Folha, Dilma disse que a prática foi utilizada em outros governo e que não há base para seu impeachment. Para ela, os opositores são "um tanto golpistas" e não a "atemorizam".

    Apesar das movimentações, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que "não há crise política nenhuma". "As instituições estão funcionando regularmente".

    GOLPE

    Após o encontro, Guimarães respondeu ainda ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e disse que o tucano é "porta-voz do golpe".

    "Aécio tem se caracterizado como o porta-voz do golpe. Deveria pelo menos honrar a história do seu avô", afirmou Guimarães em referência a Tancredo Neves.

    Nesta terça, Aécio divulgou nota em que chamava de "golpista" o discurso do PT frente à ofensiva da oposição.

    "O discurso golpista do PT tem claramente o objetivo de constranger e inibir instituições legítimas que cumprem plenamente seu papel", diz a nota do tucano.

    BANCADA

    A bancada do PT na Câmara também voltou a sair em defesa do governo nesta terça. Em nota, assinada pelo líder da sigla na Câmara, Sibá Machado (AC), o partido afirma repudiar "veementemente as manobras flagrantemente golpistas conduzidas pela oposição, com o PSDB à frente" e reafirmou que, se a oposição quer governar o Brasil, tem que vencer as eleições primeiro.

    "O partido tucano, que apenas na sigla inclui alguma referência ao ideário social-democrata, assumiu de vez, e sem qualquer pudor, a camisa do golpismo, sob liderança do seu presidente, o senador Aécio Neves, derrotado nas eleições de 2014", diz o texto.

    Na nota, o partido acusa o PSDB de ter transformado a sua convenção nacional, realizada no último fim de semana, em um ato com o objetivo principal de "incensar o ambiente golpista". "Inconformado e inconsolável com a derrota que sofreu no ano passado, Aécio Neves dedica-se a devaneios golpistas desprovidos de qualquer alicerce na realidade", diz a nota.

    "A única coisa que o PSDB ganhará ao levantar irresponsavelmente a bandeira do ''impeachment'' é deixar gravado na sua biografia, de forma indelével, a digital golpista que outrora pertenceu à famigerada União Democrática Nacional (UDN), partido cujo maior legado é ser o símbolo máximo do entreguismo e do golpismo na história política brasileira", diz o texto.

    Os petistas dizem ainda que estarão "vigilantes, atentos e mobilizados para frear quaisquer movimentos" no sentido de encerrar precocemente o mandato da presidente Dilma Rousseff.

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