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    Operador diz à Justiça que executivo da Odebrecht era seu cliente

    FLÁVIO FERREIRA
    DE SÃO PAULO

    10/07/2015 02h00

    O agente de investimentos Bernardo Schiller Freiburghaus, apontado pelo Ministério Público como operador de propinas do grupo Odebrecht, afirmou à Justiça que o ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo era cliente de sua empresa de investimentos e por isso eles mantiveram um grande número de contatos telefônicos.

    O registro de 135 ligações entre Freiburghaus e Araújo entre julho de 2010 e fevereiro de 2013 foi apontado pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, como indício de que o agente de investimentos intermediou o pagamento de suborno da Odebrecht para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    Ao cruzar os telefonemas com os extratos bancários da conta do ex-dirigente da estatal, os procuradores relacionaram 15 contatos telefônicos entre os dois com 22 transferências feitas para Costa. Segundo a Procuradoria, a distribuição do dinheiro ocorria em, no máximo, oito dias após cada ligação.

    As transferências somaram US$ 5,6 milhões entre março de 2011 e novembro de 2012.

    Para a Procuradoria, a relação entre os telefonemas e as transferências confirma a delação premiada de Costa, que afirmou ter recebido US$ 23 milhões do esquema de corrupção na Petrobras em contas no exterior. Ele disse que a maior parte veio da Odebrecht –a empresa nega.

    Em petição protocolada nesta quinta-feira (9), a advogada de Freiburghaus, Fernanda Silva Telles, afirma que ele era sócio e gestor da Diagonal Investimentos Agente Autônomo de Investimentos Ltda., e Araújo mantinha investimentos em fundos que eram distribuídos pela empresa.

    De acordo com a defensora, as ligações telefônicas entre Freiburghaus e o ex-executivo da Odebrecht ocorreram para realização de análises de riscos e divulgação de produtos, entre outros assuntos ligados ao mercado financeiro, e não tiveram qualquer relação com repasses de propinas da Odebrecht.

    No próximo dia 13 termina o prazo concedido pelo juiz federal Sergio Moro para que Araújo também se manifeste sobre os contatos telefônicos mantidos com o agente de investimentos.

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