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    Viagem de Cunha e deputados ao exterior custou R$ 347 mil

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    11/07/2015 02h00

    A viagem oficial de deputados a Israel, Palestina e Rússia, no início de junho, custou aos cofres da Câmara R$ 347 mil em gastos de passagens aéreas e diárias concedidas aos congressistas.

    Chefiada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a comitiva teve à sua disposição um roteiro turístico elaborado pela Câmara e foi engrossada por cônjuges de alguns dos parlamentares, entre elas Cláudia Cruz, mulher de Cunha.

    O gasto relativo a elas não foi bancado pela Câmara, mas pelos parlamentares, segundo a diretoria-geral da Casa. Também não houve custo da Casa com pessoas não relacionadas à Câmara, como o ex-candidato à Presidência Pastor Everaldo (PSC).

    Na viagem, Cunha se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

    O périplo teve fim na Rússia, com a participação na reunião parlamentar dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

    Isaac Harari/Divulgação
    Eduardo Cunha no Museu do Holocausto, em Jerusalém
    Eduardo Cunha no Museu do Holocausto, em Jerusalém

    Além dos compromissos oficiais, a Câmara preparou visitas ao Mar da Galileia, Nazaré, Jerusalém e Belém.

    Em junho, o presidente da Câmara defendeu a viagem como uma forma de o parlamento brasileiro estar "presente no debate dos temas internacionais".

    A Câmara não havia divulgado os gastos à época sob o argumento de que não havia fechado a contabilidade, já que parte da comitiva viajou a convite e abriu mão de diárias e passagens. A Folha obteve os dados por meio da Lei de Acesso à Informação.

    CAMPEÃO

    A planilha da diretoria-geral da Casa mostra que o maior gasto foi o de Cunha. Apesar de ter aberto mão das diárias –ele viajou a convite e teve a hospedagem paga pelos países visitados–, suas passagens aéreas na classe executiva somaram R$ 33 mil. Os demais deputados viajaram na classe econômica, segundo a Câmara. Na média, o custo aos cofres públicos foi de R$ 25 mil por congressista.

    Nesta sexta-feira (10), Cunha voltou a defender a viagem, por meio de sua assessoria. "Sobre os custos, ressaltamos que a Câmara dos Deputados, neste ano, apresenta o menor gasto acumulado comparado com anos anteriores. Nesta linha, duas missões [Israel-Palestina e Rússia] foram conciliadas numa única viagem, para maior economicidade", afirma.

    Sobre o roteiro turístico, disse que as atividades faziam parte da "agenda montada pelo país anfitrião e foram realizadas no final de semana".

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