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    Lava Jato

    PF fez busca na casa de ex-ministro de Collor

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    15/07/2015 22h31

    Sob suspeita de ter intermediado o recebimento de uma propina de R$ 3 milhões para o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos também teve seu apartamento, em São Paulo, vasculhado pela Polícia Federal em cumprimento aos mandados de busca e apreensão da Operação Lava Jato.

    Secretário de Assuntos Estratégicos da gestão Collor (1990-1992), Leoni é acusado de ser receptor de propina para o senador em um contrato com a BR Distribuidora.

    Segundo o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema, o contrato teria sido fechado com regras desvantajosas para a estatal. A Folha apurou que os R$ 3,6 milhões em espécie apreendidos em um imóvel ligado à empresa Aster Petróleo dizem respeito às investigações relacionadas a Collor. Um dos sócios da Aster seria Carlos Alberto de Oliveira Santiago, que poderia ser intermediário do parlamentar com a BR Distribuidora.

    A assessoria de Leoni Ramos disse que ele "reafirma sua total disposição em prestar quaisquer esclarecimentos às autoridades, em qualquer momento que lhe for solicitado".

    Ao todo, nove pessoas são alvos da operação devido às investigações envolvendo o senador, que é suspeito de crimes como corrupção, fraude em licitação e lavagem dinheiro.

    Investigadores do esquema de corrupção da Petrobras também suspeitam também que uma empresa da qual Collor figura como sócio seja de fachada e tenha sido utilizada para lavar dinheiro. Isso porque a empresa não tem funcionários e quase não apresenta atividade.

    A Água Branca Participações aparece como proprietária de dois dos três carros apreendidos pela PF na casa de Collor –a Ferrari e a Lamborghini. O terceiro veículo, um Porsche, está em nome de uma empresa de comércio de combustíveis e seria de um aliado político em Alagoas, de acordo com pessoas próximas ao caso. O parlamentar registra 1.350.000 quotas de capital da Água Branca Participações, no valor de R$ 1,3 milhão.

    Em sua última declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral em 2014, Collor informou ter 13 veículos com somam R$ 2,9 milhões. O carro mais caro é uma BMW 760 com valor declarado de R$ 714,4 mil. Em seguida vem uma Ferrari Scaglietti, de cor preta, de R$ 556 mil e um Citröen C6, no valor de R$ 322 mil.

    O congressista informou reunir um patrimônio de R$ 20,3 milhões, com imóveis e terrenos em locais como Brasília, Maceió e Rio de Janeiro. Collor nega todas as acusações de participação no esquema da Lava Jato e classificou como "truculenta" e "arbitrária" a ação da PF.

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